Afeganistão muda de Governo democraticamente antes de retirada da Otan

  • Por Agencia EFE
  • 28/09/2014 03h37

Nova Délhi, 28 set (EFE).- Ashraf Gani assume nesta segunda-feira (29) o lugar de Hamid Karzai como presidente do Afeganistão no primeiro revezamento democrático no Governo na história recente do conturbado país asiático, a poucos meses da retirada das tropas da Otan.
Gani qualificou de “verdadeiramente histórico para o Afeganistão” esta mudança de Governo após um processo eleitoral que durou cerca de seis meses, porque pela primeira vez “o presidente atual é substituído por um novo democraticamente”.

O político, economista e intelectual cuja trajetória é elogiada pela comunidade internacional chega ao poder aprovado por 55% dos votos, após um segundo turno na qual as acusações de fraude de seu oponente, Abdullah Abdullah, obrigaram à recontagem dos mais de oito milhões de cédulas.

Em seu primeiro pronunciamento após ser proclamado na semana passada vencedor de uma eleição que começou em abril, o novo líder previa “uma nova era” para o país, na qual com a violência acabe e se avance rumo a um futuro em paz, mediante um Governo de unidade, sem depender do exterior.

O presidente eleito assumiu como desafio que os afegãos protagonizem o futuro de seu país, para “deixar de ser dependentes dos outros”, mas os EUA já anunciaram que vão continuar no Afeganistão até que no final de 2014 termine a missão da Otan, a Isaf.

Cerca de 9.800 militares americanos permanecerão em território afegão até o final de 2016, em espera que se firme esse pacto com o novo Governo previsivelmente no dia seguinte da posse.

Karzai deixa o poder após 13 anos à frente do Afeganistão, ao cumprir os dois mandatos máximos que permite a Constituição afegã e após chegar ao cargo quando em 2001 a intervenção americana acabou com o regime talibã.

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