Afeganistão “não confirma” morte de 23 soldados do Paquistão em solo afegão

  • Por Agencia EFE
  • 21/02/2014 12h42

Cabul, 21 fev (EFE).- O governo do Afeganistão assegurou que “não pode confirmar” o anúncio feito pelo Executivo do Paquistão DE que a decapitação de 23 soldados paquistaneses aconteceu em território afegão, informou nesta sexta-feira o jornal local “Khaama”.

O Ministério das Relações Exteriores afegão afirmou ontem através de um comunicado que, embora “não possa confirmar o assassinato dos 23 soldados (que insurgentes mantinham em cativeiro desde 2010), fará o máximo possível para verificar a veracidade de tal incidente”.

A reação do governo afegão veio depois que o assessor especial de Segurança Nacional do governo paquistanês, Sartaj Aziz, sentenciou ontem de maneira categórica em um encontro nas Maldivas que o massacre dos soldados aconteceu no Afeganistão.

Aziz pediu ainda ao Executivo do presidente afegão, Hamid Karzai, que tome ações imediatas para deter e punir os autores do “crime atroz e desumano”.

No entanto, o escritório afegão das Relações Exteriores acusou na nota de maneira indireta ao Paquistão de “tentar influir” em seu país através do “terrorismo” e lhe lembrou que é ilusão pensar que “se criam serpentes venenosas, estas só morderão os outros”.

“Mais uma vez pedimos ao governo do Paquistão que coopere conosco no desmantelamento dos santuários terroristas e evite que os extremistas disponham do habitat adequado para que cresçam e ponham a paz em risco”, sentenciou o Executivo afegão.

Segundo diversos analistas, o aparelho de segurança do Paquistão continua oferecendo apoio a algumas facções dos talibãs com base em território paquistanês que lançam ataques no Afeganistão, com o objetivo de manter certa influência no futuro político do país.

O governo paquistanês nega, mas, desde a queda há 12 anos do regime talibã em Cabul, mostrou uma atitude ambígua nessa questão.

Ao mesmo tempo, o Paquistão experimentou o último ano um notável aumento da atividade terrorista e se rompeu uma tendência de baixa iniciada em 2010.

O governo do Paquistão iniciou há duas semanas conversas formais de paz com o principal grupo talibã do país, o TTP, mas as negociações foram suspensas ontem pelo Executivo devido à persistência das ações armadas insurgentes. EFE

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