Afeganistão nomeia primeira mulher chefe de polícia
Cabul, 15 jan (EFE).- A coronel Jamila Bayaz começou nesta quarta-feira seu trabalho como chefe de polícia de um distrito de Cabul, após sua nomeação ontem como a primeira mulher a ocupar o cargo de principal responsável policial em uma área no Afeganistão.
“É a primeira vez que o Ministério do Interior nomeia uma mulher para um cargo assim e servirei ao meu país da melhor maneira possível”, disse Bayaz à Agência Efe.
Bayaz, que até agora trabalhava no setor de investigação do quartel-general da polícia na capital, foi nomeada na terça-feira responsável pelo distrito número 1 de Cabul, uma zona administrativa e de negócios situada na parte velha da cidade.
“Prometo que servirei aos oprimidos e lutarei contra os ataques de nossos inimigos”, acrescentou a oficial.
O Afeganistão conta com 160 mil policiais, dos quais 2.200 são mulheres, que trabalham principalmente em questões de gênero e em unidades administrativas.
Entre os anos de 1996 e 2001, os talibãs proibiram as mulheres de trabalhar e sair de casa sem estarem acompanhadas por um homem da família.
Após a derrubada do grupo extremista por parte das forças da Otan lideradas pelos Estados Unidos, algumas mulheres começaram a trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade no país asiático.
“O Ministério tem planos de nomear mais mulheres policiais em postos de mais importância, como chefe de polícia provincial e vice-ministras”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Sadiq Seddiqi, na cerimônia em que Bayaz foi nomeada.
A nova responsável pelo distrito 1 de Cabul terá que enfrentar um trabalho perigoso, já que nos últimos tempos as mulheres policiais se transformaram em alvo dos talibãs.
Em setembro passado, a tenente Negar foi baleada em Lashkar, capital da província de Helmad, poucos meses depois de que sua predecessora no cargo, Islam Bibi, foi assassinada, entre outros casos recentes.
O trabalho se torna mais inseguro a cada dia com a retirada das tropas internacionais, a ser concluída no final de 2014. A retirada obriga as forças de segurança afegãs a assumirem mais responsabilidades e riscos.
“Esta claro que é um trabalho complicado, especialmente como mulher, mas no lugar de sentir medo pelos possíveis ataques dos inimigos, realizarei meu trabalho igual a um homem”, afirmou Bayaz.
“Os talibãs não só se opõem às mulheres trabalharem fora de casa, mas também estão contra muitos homens por diferentes razões”, acrescentou a policial.
“Tenho certeza que serei uma boa chefe de polícia”, finalizou Bayaz. EFE
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