Afeganistão propõe ao Paquistão medidas conjuntas efetivas contra terrorismo

Cabul/Islamabad, 17 dez (EFE).- O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, disse que esse é o momento de unir forças com o vizinho Paquistão para que ambos tomem medidas conjuntas e efetivas contra o terrorismo, após o ataque talibã contra uma escola paquistanesa em que morreram 151 pessoas, entre elas 132 estudantes.

Em comunicado divulgado após reunião com o chefe do Exército do Paquistão, general Raheel Sharif, em Cabul, Ghani afirmou que ambos os países devem aprovar “medidas conjuntas com honestidade e eficácia contra o terrorismo e o extremismo”.

As partes destacaram a necessidade de ampliar a cooperação entre as forças de segurança, após a visita do responsável militar paquistanês a Cabul a fim de abordar a luta contra os insurgentes na porosa fronteira entre ambas as nações.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, afirmou que os terroristas responsáveis pelo ataque à escola vieram do país vizinho e que seu governo está em contato permanente com o Executivo afegão para resolver a questão.

Em entrevista coletiva, Sharif ressaltou que o governo paquistanês não procura só garantir a paz no próprio país, mas também em toda a região, incluindo o Afeganistão.

O ataque ontem a um colégio administrado por militares em Peshawar, no noroeste do Paquistão, deixou 151 mortos – 132 estudantes, 12 funcionários da escola e sete soldados radicais – e 131 feridos. O grupo talibã paquistanês, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), reivindicou a autoria do atentado.

De acordo com o relato de testemunhas e fontes oficiais, os terroristas foram de sala em sala atirando e lançando granadas contra alunos e professores, deixando um rastro de mortos.

O TTP justificou o massacre afirmando que “para o Exército (paquistanês) nossas famílias são alvos” nas operações lançadas nas zonas tribais do Waziristão e de Kyhber, nas quais morreram mais de 1.100 pessoas. EFE