Afetado por seca, Canal do Panamá vai limitar passagem de navios em setembro

  • Por Agencia EFE
  • 07/08/2015 23h36

Cidade do Panamá, 7 ago (EFE).- O Canal do Panamá limitará a partir do dia 8 de setembro a passagem de navios de grande porte devido à falta de chuvas provocada pelo fenômeno El Niño, informou nesta sexta-feira a administração do local.

A medida afetará 18,5% dos navios que transitam pela passagem, disse a Administração do Canal do Panamá (ACP), que descartou que “a proibição vá atrapalhar de maneira significativa a eficiência e a capacidade das operações”.

O calado máximo permitido será de 11,89 metros, o que obrigará as transportadoras a limitar a carga de mercadorias a bordo. Uma medida similar foi tomada em 1998 após uma grave seca que atingiu o país, indicou o órgão.

Se a falta de chuvas persistir, o calado pode ser restrito a 11,73 metros a partir do dia 16 de setembro. Caso seja adotada, a medida será comunicada com quatro semanas de antecedência, explicou a ACP.

O Canal do Panamá opera com um sistema de reclusas em diferentes níveis, que exigem 202 mil metros cúbicos de água a cada passagem de navio pelo local.

A temporada de chuvas no país, que vai de abril a novembro, foi caracterizada neste ano pela seca devido à incidência do El Niño.

O administrador do canal, Jorge Quijano, disse há duas semanas que entre junho e a primeira metade de julho deste ano o país viveu “o período mais seco em 102 anos”, o que provocou a drenagem dos lagos Alajuela, Miraflores e Gatún, que abastecem o local.

Pela via aquática de 80 quilômetros, explorada pelos Estados Unidos entre 1904 e 1999, transita 6% do comércio marítimo mundial.

O Panamá iniciou em 2007 uma ampliação do canal e investiu US$ 5,25 bilhões para a construção de um terceiro sistema de gigantescas eclusas para permitir a passagem de navios que carregam até 12 mil contêineres.

Com a nova estrutura, que deve ser inaugurada em abril do ano que vem, devem transitar atualmente pelo local até 600 milhões de toneladas, o dobro da capacidade atual. EFE

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