África Ocidental une esforços para conter proliferação do ebola

  • Por Agencia EFE
  • 02/08/2014 15h22
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Nairóbi, 2 ago (EFE).- Os países da África Ocidental afetados pela epidemia do ebola e seus vizinhos adotam medidas excepcionais para atenuar a proliferação do vírus, que, após matar mais de 700 pessoas, segue fora de controle.

Um cordão médico para isolar as zonas com maior número de casos registrados, restrições à circulação dos habitantes e a desinfecção de espaços públicos são as principais medidas aderidas para reverter a proliferação do ebola em Guiné, Libéria e Serra Leoa.

Ontem, os três países citados firmaram um acordo para extremar as medidas sanitárias e de controle de fronteiras, em uma cúpula de urgência realizada na cidade de Conacri, capital da Guiné, com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Este surto avança mais rápido que nossos esforços para controlá-lo. Se a situação continuar se deteriorando, as consequências poderiam ser catastróficas”, alertou ontem a diretora geral da OMS, Margaret Chan.

Os países da União do Rio Mano (Serra Leoa, Libéria, Guiné e Costa do Marfim) decidiram isolar as cidades das regiões que concentram mais de 70% dos casos de ebola e, inclusive, usar suas forças policiais para forçar a “quarentena” – reclusão de indivíduos ou animais sadios pelo período máximo de incubação da doença.

“Queremos assegurar à comunidade internacional que a doença não se exportará”, declararam os governantes africanos, que também se comprometeram a controlar o movimento de seus habitantes nos portos de entrada internacionais.

Os presidentes da Libéria e Serra Leoa não viajarão à Cúpula de Líderes Africanos a ser realizada em Washington na próxima semana, principalmente para concentrar seus esforços na luta contra a febre hemorrágica.

A Libéria declarou feriado ontem para desinfetar as instalações públicas, entre elas o Ministério de Financiamento, onde trabalhava o funcionário de nacionalidade americana que seguiu em direção à Nigéria e morreu contaminado pelo vírus em um hospital de Lagos.

Os liberianos também aproveitaram o feriado para permanecer em seus lares e desinfetá-los, atendendo as mensagens divulgadas pelas autoridades através das cadeias de rádio e televisão, segundo pôde constatar a Agência Efe.

Na Nigéria, segundo a imprensa local, duas pessoas que teriam tido contato com contaminados pelo vírus, as quais procediam da Libéria, tiveram febres registradas hoje.

Ambas as pessoas se encontravam entre as 70 que tiveram contato com o doente e que permanecem em observação para comprovar se os sintomas da doença se manifestavam, informou o jornal local “Vanguard”.

O governo nigeriano também vetou a transferência de corpos de vítimas procedentes das nações afetadas pela epidemia de ebola ao país, medida considerada necessária para evitar a proliferação do vírus no país mais povoado da África.

Essa decisão foi tomada depois que o corpo de uma vítima do ebola chegou à Nigéria em avião procedente da Libéria. Na ocasião, a aeronave desembarcou no Aeroporto Internacional Murtala Mohammed de Lagos.

Mais próxima ao foco do ebola, mas sem nenhum caso registrado até o momento, Gana também ativou medidas de controle em fronteiras e aeroportos, onde já funcionam áreas de isolamento para o caso de algum passageiro infectado.

No entanto, até o momento, o país não estabeleceu restrições aos voos com destinos aos países da região, embora o vice-ministro ganês de Interior, James Agalga, não tenha descartado essa possibilidade.

A Costa do Marfim, que faz fronteira com dois dos países castigados pelo vírus, Guiné e Libéria, proibiu o consumo de carne de roedores e morcegos, um dos principais fatores do contágio do ebola em humanos.

Apesar da proibição, a caça destas espécies segue em pleno auge em regiões como Bongouanou, no centro do país, um hábito que inquieta às autoridades sanitárias do país e à OMS, informou hoje o portal de notícias “Abidjan.net”.

Das 729 pessoas que já morreram na primeira epidemia do vírus ebola na África Ocidental, 339 faleceram em Guiné, 233 em Serra Leoa e 156 na Libéria, além de outra na Nigéria.

O ebola, que se transmite por contato direto com o sangue ou fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de até 90%. EFE

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