Agências humanitárias denunciam falta de progresso em reconstrução de Gaza
Jerusalém, 13 abr (EFE).- Mais de 40 agências humanitárias denunciaram em um relatório divulgado nesta segunda-feira a falta de progresso na reconstrução de Gaza e pediram à comunidade internacional para mudar seu enfoque e cumprir com os compromissos propostos.
O documento divulgado pela ONG Oxfam aponta que depois que os países doadores prometeram US$ 3,5 bilhões em doações, a situação de muitos em Gaza piorou. No ofício ainda consta que nenhuma das 19 mil casas atingidas no conflito bélico com Israel entre julho e agosto de 2014 foram reconstruídas.
Atualmente, 100 mil pessoas continuam sem moradia, e muitos vivem em acampamentos provisórios ou escolas, acrescentou o documento.
“Os discursos promissores que escutamos na conferência de doadores foram vazios. A reconstrução realizada foi mínima, não há um acordo de cessar-fogo permanente, e não existe nenhum plano para acabar com o bloqueio”, afirmou Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam.
Em 8 de julho, Israel iniciou uma operação militar de 50 dias em Gaza, na qual 2.200 palestinos morreram e outros 11 mil ficaram feridos. A operação resultou tanto em danos nas infraestruturas como nos setores industrial e agrário.
Sob o título de “Estabelecer um novo rumo: superar a estagnação em Gaza”, o relatório advertiu que diante da situação e paralisia atual, é inevitável que ocorra um novo conflito, a não ser que os líderes mundiais apliquem um novo enfoque.
As agências humanitárias afirmam que essa posição deve passar por um cessar-fogo permanente ou prestação de contas por parte de todas as medidas impostas pelas constantes violações do direito internacional e do fim do bloqueio israelense.
“Devemos nos certificar que este recente e devastador conflito seja o último. Deve haver consequências para as violações contínuas do direito internacional. Permitindo esta cultura de impunidade, a comunidade internacional está condenando a si mesma a colher os frutos eternamente”, segundo William Bell, da ONG Christian Aid. EFE
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