Agentes de segurança em greve analisam proposta do governo estadual
Agentes de segurança penitenciária vão analisar, na noite de hoje (11), a proposta apresentada pelo governo estadual para acabar com a greve iniciada ontem (10), em todo o estado. Segundo o sindicato da categoria, as assembleias serão feitas em 14 regiões do estado, com início entre 18h e 19h. O sindicato informou que durante a reunião com representantes das secretarias de Administração Penitenciária (SAP) e de Planejamento e Desenvolvimento (SPD), na manhã de hoje, foram encaminhadas propostas de redução de oito para sete níveis de promoção na carreira de agente, de criação de bônus por desempenho, aumento do quadro de empregados e apresentação de uma proposta de reajuste salarial em 60 dias.
“É a categoria que vai decidir. [Nas assembleias], vamos apresentar a proposta de aceitar os pontos colocados pelo governo e discutir o reajuste em 60 dias ou manter a paralisação pelo menos até que a gente consiga as duas classes [níveis de referência na carreira]”, apontou Daniel Grandolfo, presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp). De acordo com a entidade, a carreira está dividida em oito classes, mas a maior parte dos agentes chega à idade da aposentaria sem alcançar o nível máximo. O presidente destaca, como alternativa à proposta de diminuição dos níveis, um ganho real maior, de 5% para 7%.
“O que eles apresentaram foi um avanço, mas é pouco”, avaliou o dirigente sindical. A pauta de reivindicações dos agentes penitenciários inclui, entre outros pontos, o aumento do quadro de servidores em pelo menos 30% para minimizar o déficit de funcionários, o fim da superlotação nos presídios e a restruturação da carreira, com a diminuição de níveis para promoção salarial. Os agentes querem também reajuste salarial de 20,64%, referente à inflação acumulada de 2007 a 2012, além de 5% de aumento real.
No início da tarde, o Sindasp atualizou para 90 o número de unidades prisionais com adesão de agentes à greve. De acordo com Grandolfo, 18 mil dos 30 mil servidores estão participando da paralisação. “Consideramos um número muito bom. Não sabíamos como seria, esperávamos algo em torno de 20 unidades no primeiro dia e nos surpreendemos”. O estado, segundo a SAP, tem 158 unidades.
O sindicato informou que agentes grevistas impediram, na manhã de hoje, a entrada de carros que fazem a transferência de presos para Martinópolis, a 540 quilômetros da capital. De acordo com a entidade, 14 carros saíram de penitenciárias que não aderiram ao movimento e encontraram resistência dos funcionários que estão paralisados.
A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária, mas não obteve retorno até o início da tarde.
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