Agravamento da impopularidade de Hollande faz continuidade ser questionada
Paris, 5 set (EFE).- O agravamento da impopularidade do presidente da França, François Hollande, aliado ao lançamento do livro de sua ex-companheira e a um novo escândalo fiscal de um membro de seu governo, reabriram o debate sobre se pode continuar sem convocar eleições.
O ex-primeiro-ministro conservador François Fillon, que pretende se consolidar como chefe da oposição e líder de seu partido, disse nesta sexta-feira que “não poderemos continuar assim até 2017”, em alusão ao ano das próximas eleições presidenciais.
“No estado atual do país, precisamos de uma mudança radical, profunda”, assinalou em entrevista à emissora de rádio “Europe 1”.
Fillon, que considerou a convocação de eleições “a única solução quando há um bloqueio”, tomou o cuidado de não sugerir uma data “porque essa questão corresponde ao chefe de Estado”.
Primeiro-ministro durante toda a presidência de Nicolas Sarkozy (2007-2012), Fillon questionou a capacidade de Hollande recuperar o respaldo popular necessário para realizar as reformas que o país precisa.
Uma pesquisa divulgada hoje pelo jornal “Le Figaro” indicou que o nível de confiança dos franceses no chefe do Estado socialista, que está em mínimos históricos desde o começo de 2013, voltou a piorar com a remodelação governamental da semana passada.
Só 13% dos entrevistados pelo instituto TNS Sofres entre 28 de agosto e 1º de setembro, consideravam que ele está capacitado para resolver os problemas do país, o que significa cinco pontos percentuais a menos que em julho, quando já estava longe dos mínimos dos dois presidentes anteriores, Nicolas Sarkozy (39%) e Jacques Chirac (36%).
A pesquisa foi realizada antes da divulgação da notícia esta semana do livro da ex-companheira de Hollande, Valérie Trierweiler, no qual conta sua versão da relação e da ruptura entre eles.
As repercussões do livro ainda são incertas, e se somarão as da demissão ontem do secretário de Estado de Comércio Exterior e Turismo, Thomas Thévenoud, que só estava a nove dias no posto, por irregularidades com o fisco.
Ainda sem mais detalhes sobre a irregularidade, o gabinete do primeiro-ministro, Manuel Valls, avançou que desde que foi nomeado, na terça-feira da semana passada, se descobriu que Thévenoud não cumpria algumas regras instauradas sobre a transparência dos políticos que ocupam alguns cargos públicos em matéria fiscal.EFE
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