AI denuncia ataques de Israel contra hospitais e pessoal médico em Gaza
Londres, 7 ago (EFE).- A Anistia Internacional (AI) informou nesta quinta-feira que detectou “indícios crescentes” de ataques aparentemente deliberados do Exército de Israel contra hospitais e pessoal médico da Faixa de Gaza e pediu que seja feita uma investigação imediata.
Em comunicado, a AI denunciou os aparentes ataques deliberados das Forças de Defesa israelenses durante toda a ofensiva contra hospitais e profissionais da saúde que operam na Faixa de Gaza em pleno conflito palestino-israelense.
Segundo esta organização pró direitos humanos, esses supostos ataques causaram a morte de seis responsáveis de pessoal médico.
Desde o dia 17 de julho, os ataques contra hospitais, pessoal médico e pessoal de ambulância, incluindo quem tentava retirar pessoas feridas nos ataques israelenses, se intensificaram, de acordo com a AI.
Em sua nota, a AI divulga vários testemunhos de médicos, enfermeiros e ambulâncias que trabalham na região.
“As espantosas descrições que os motoristas de ambulância e outros membros do pessoal médico fazem da atroz situação na qual têm que trabalhar, com bombas e balas matando ou ferindo seus colegas enquanto tentam salvar vidas, ilustram a sombria realidade da vida em Gaza”, assinalou Philip Luther, diretor do Programa para o Oriente Médio e o Norte da África da AI.
Luther considerou que “ainda mais alarmantes são os crescentes indícios de que o Exército israelense atacou centros ou profissionais de saúde”.
Este responsável da Anistia lembra que “esses ataques estão terminantemente proibidos pelo direito internacional e constituiriam crimes de guerra” e acrescenta que “só servem para reforçar o argumento de que a situação deve ser enviada ao Tribunal Penal Internacional”.
A organização denuncia que houve equipamentos médicos que foram impedidos de ser levados a áreas críticas, privando assim centenas de civis feridos de uma assistência que poderia salvar-lhes a vida e deixando famílias inteiras sem ajuda para retirar os corpos de seus parentes.
Em declarações à AI, Jaber Khalil Abu Rumileh, supervisor dos serviços de ambulância no hospital de Mártires de al-Aqsa, relatou um suposto bombardeio de meia hora contra esse centro médico no dia 21 de julho.
A AI acrescenta que outro afetado, Mohammad Abu Jumiza, sofre de surdez parcial por causa dos ferimentos que sofreu durante um ataque que aconteceu enquanto transferia pessoas feridas em sua ambulância em Khan Yunes no dia 24 de julho.
Segundo a AI, o médico Bashar Murad, diretor de uma unidade de urgências e ambulância da Sociedade Palestina do Crescente Vermelho, contou que desde o início do conflito, pelo menos dois trabalhadores de ambulâncias da Sociedade Palestina do Crescente Vermelho morreram, 35 ficaram feridos e 17 veículos de saúde ficaram fora de serviço após esses ataques.
Os hospitais de toda a Faixa de Gaza sofrem, além disso, com falta de combustível e cortes de energia, uma provisão inadequada de água, e escassez de remédios e material médico essencial. EFE
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