AI denuncia crimes de guerra de Israel em Gaza e ocupação na Cisjordânia

  • Por Agencia EFE
  • 24/02/2015 21h32

Londres, 24 fev (EFE).- O exército de Israel cometeu “crimes de guerra e violações dos direitos humanos” na Faixa de Gaza durante a ofensiva militar do ano passado que matou 1.500 civis e manteve a ocupação na Cisjordânia, segundo o relatório da Anistia Internacional divulgado hoje em Londres.

O dossiê da AI sobre os direitos humanos no mundo denunciou que em 2014 Israel continuou seu ferrenho bloqueio a Gaza (imposto em 2007), o que representa “um castigo coletivo para seus 1,8 milhão de habitantes” e continuou com a construção do muro e de assentamentos ilegais na Cisjordânia.

A operação “Limite Protetor”, que Israel lançou em 8 de julho contra Gaza em retaliação ao aumento dos disparos de foguetes de grupos armados palestinos contra território israelense, “matou mais de dois mil moradores da Faixa, entre eles mais de 1.500 civis, 539 deles crianças”, segundo o relatório.

A AI classificou a ofensiva de “ataques desproporcionais e indiscriminados contra áreas civis densamente povoadas”, em uma operação que deixou ainda milhares de feridos, 110 mil deslocados internos e “milhares de imóveis destruídos”.

Dentro desses ataques a AI incluiu os realizados contra “escolas que ofereciam refúgio a civis e contra outros edifícios civis que, segundo as forças israelenses, o Hamas usava como centros de comando ou para armazenar ou disparar foguetes”.

A AI documentou ainda oito casos de ataques a casas palestinas habitadas, hospitais e “trabalhadores de ambulâncias que tentavam socorrer feridos ou resgatar corpos”.

As tensões reavivaram o conflito em junho, após o homicídio de 15 palestinos por forças israelenses desde o começo do ano, o sequestro e o homicídio de três adolescentes israelenses na Cisjordânia, cometido por palestinos ligados ao Hamas, e o homicídio de um jovem palestino por israelenses em retaliação.

Já os projéteis lançados pelos milicianos palestinos “mataram seis civis, entre eles uma criança, e feriram dezenas em Israel”, lembrou a Anistia.

Na Cisjordânia o exército israelense manteve “restrições opressivas da liberdade de circulação da população palestina”, promoveu os “assentamentos ilegais” e permitiu aos colonos israelenses atacarem a população palestina “com impunidade quase absoluta”.

Milhares de palestinos foram presos, e alguns deles denunciaram terem sido torturados e mantidos sob detenção administrativa sem julgamento. Como medida punitiva, Israel demoliu casas de familiares de palestinos que tinham cometido ataques contra israelenses.

Em Israel as autoridades prenderam pelo menos seis opositores israelenses por se recusarem a cumprir o serviço militar obrigatório.

Além disso, “continuaram a negar o acesso a procedimentos justos para a determinação da condição de refugiado aos cidadãos eritreus e sudaneses”, que representavam mais de 90% dos 47 mil africanos que solicitaram asilo em Israel.

Ao fim do ano, somente dois eritreus e nenhum sudanês tinham obtido o estatuto de refugiado. EFE

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