AI pede libertação de irmãs árabes que usaram Twitter para protestar
Cairo, 15 mai (EFE).- A ONG Anistia Internacional (AI) pediu nesta sexta-feira a libertação de três irmãs presas em sigilo nos Emirados Árabes há três meses por terem usado o Twitter para exigir a libertação do irmão.
“As autoridades dos Emirados Árabes submeteram as três irmãs a um desaparecimento forçado durante três meses em um ato horrível de repressão”, diz o comunicado da ONG, que pede a libertação “imediata e incondicional”.
A polícia do país convocou as mulheres a interrogatórios no dia 15 de fevereiro e, desde então, Asma, Mariam e Alyzaziyah Khalifa al Suwaidi foram mantidas em prisão secreta, sem contato com o mundo exterior, denunciou AI.
As três irmãs foram presas por pedirem, através de tweets, a libertação do irmão, preso após um “injusto julgamento” contra 94 ativistas em 2013.
“O desaparecimento à força dessas três mulheres é um crime sob a legalidade internacional e um ato vergonhoso de crueldade. As irmãs correm risco de tortura e outros maus tratos, inclusive a violência sexual”, ressaltou na nota o subdiretor da AI para o Oriente Médio e o Norte da África, Said Bumeduha.
O profissional humanitário também acusou as autoridades do país de “mostrarem uma completa indiferença pela liberdade de expressão e pelos ativistas que se manifestam pacificamente por seus direitos e seus entes queridos”.
Bumeduha afirmou que “qualquer um que se atrever a criticar os abusos dos direitos humanos cometidos pelo governo corre o risco de ser preso, torturado, processado em um julgamento injusto, desempossado de seu direito de viajar e outros tipos de abusos”.
A Anistia Internacional acredita que as irmãs Khalifa al Suwaidi foram detidas unicamente por exercerem pacificamente o direito à liberdade de expressão e devem ser liberadas imediata e incondicionalmente, assim como o irmão e outros presos, acrescenta na nota.
Desde as revoltas árabes iniciadas em vários países da região em 2011, como Tunísia, Egito, Síria e Iêmen, a Anistia Internacional denunciou que os Emirados Árabes eliminaram todo tipo de oposição ao governo espalhando o medo pela população. EFE
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