AI pede repetição de julgamento de Mursi no Egito e sua libertação
Londres, 21 abr (EFE).- A Anistia Internacional (AI) qualificou nesta terça-feira de “farsa” o julgamento que condenou a 20 anos de prisão o ex-presidente do Egito Mohammed Mursi, e pediu a repetição do processo ou que ele seja libertado.
Em um comunicado, a AI disse que a injusta condenação de Mursi em um “processo defeituoso e com provas fracas” demonstra que o sistema judiciário egípcio “é incapaz de oferecer um julgamento justo aos membros ou partidários da administração do antigo presidente e da Irmandade Muçulmana”.
Por isso, a organização pede que a condenação seja “anulada” e realizado um julgamento civil com garantias. Caso contrário, ele deveria ser libertado.
A porta-voz da AI para o Oriente Médio e o Norte da África, Hassiba Hadj Sahraoui, ressaltou que o julgamento do ex-presidente, acusado de “incitar a violência” e torturar oponentes nos confrontos entre seus partidários e opositores no Cairo, em dezembro de 2012, foi “infestado de irregularidades”, e o líder islamita permaneceu detido de forma arbitrária e sem comunicação.
Segundo a investigação feita pela AI, “embora os seguidores da Irmandade Muçulmana tenham cometido abusos dos direitos humanos, a maioria dos mortos nesses enfrentamentos foram partidários do então presidente”.
O Tribunal Penal do Cairo condenou hoje Mursi e outros 12 dirigentes e membros da Irmandade a 20 anos de prisão por uso da força e detenção de pessoas acompanhada de tortura, em relação aos choques entre opositores e seguidores do ex-mandatário em 5 de dezembro de 2012, nos quais morreram vários manifestantes.
Desde a queda de Mursi, as autoridades egípcias perseguiram simpatizantes, integrantes e líderes da Irmandade Muçulmana, declarado grupo terrorista em dezembro de 2013. EFE
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