Ajuste fiscal não é eficaz, mas sinaliza boa vontade, afirma especialista

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2015 12h15
CURITIBA, PR, 31.03.2015: DÓLAR-ECONOMIA - Alta do dólar já provoca aumento de preços dos alimentos em todo o Brasil. Na foto, cédulas de reais e dólares. (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress) Brazil Photo Press/Folhapress Dinheiro

Ajuste fiscal aprovado pela Câmara será mais útil no resgate da credibilidade do Planalto do que para gerar economia. Economistas fizeram cálculos e indicaram que, com a medida, o Governo vai conseguir guardar, no máximo, 0,5% do PIB. Um dos principais pontos do texto é a ampliação do tempo de trabalho necessário para pedir o seguro-desemprego.

O especialista em contas públicas, Raul Veloso, avalia que o importante é que o governo está conseguindo mexer em pontos antes considerados intocáveis. “É uma área muito difícil de mexer e isso vai sinalizar o real esforço de tentar ajustar que o Levy está comandando, então, nesse sentido, vai valer mais pelo qualitativo do que pelo quantitativo”, avalia.

Em entrevista a Paulo Pontes, o analista financeiro Miguel Daud diz que ainda falta muito para recuperar a credibilidade junto aos investidores. Ele alerta sobre o dinheiro que saiu do Fundo de Amparo ao Trabalhador para o BNDES e que até agora não retornou. “40% deste fundo deveria ser aplicado ou gerido pelo BNDES e o regulamento diz que se sobrar dinheiro o BNDES tem que devolver, mas hoje o BNDES tem R$200 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador e não declara onde foi investido”, expõe.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a pedir para os parlamentares aprovarem o projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamentos. Segundo cálculos do governo, os benefícios concedidos às empresas custam R$25 bilhões por ano aos cofres públicos.

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