Ajustes são necessários por causa da arrecadação baixa, diz Levy
Joaquim Levy deu palestra em Florianópolis neste sábado (16)
Joaquim Levy em FlorianópolisO ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (25) que os ajustes nas contas públicas do país são necessários porque o governo tem problemas de arrecadação, incluindo os gerados pelos programas de refinanciamento de dívidas tributárias (Refis), que não atenderam às expectativas previstas.
“Nos últimos anos, a arrecadação sistematicamente não tem atendido às necessidades do governo. [O governo tem apelado para] receitas extraordinárias, de programas como Refis, outras coisas. Ao mesmo tempo, [houve] as desonerações. Precisamos de ter uma situação um pouco mais equilibrada: o que a gente está tendo este ano, [não gera] receita. As receitas não têm sido muito significativas”.
O ministro da Fazenda disse hoje que “foi adequado” o contingenciamento (retenção de gastos) de R$ 69,9 bilhões aprovado pelo governo.
Levy, que não compareceu ao anúncio na última sexta-feira (22), disse que o contingenciamento “é apenas uma parte das políticas que estão sendo postas em prática”. Segundo ele, outras políticas também são relevantes e podem atingir – de forma eficaz – a economia. Citou, como exemplo, a aprovação de novas concessões.
“[O contingenciamento] é uma parte das políticas postas em prática. É uma parte importante e outras são mais estruturais e tem que ver com o realinhamento de preços, com atividades de concessões e vamos ver como a gente reorganiza o financiamento de longo prazo, agora que acabou o dinheiro, pois [antes] havia aquele modelo mais baseado em recursos públicos”, disse.
Para ele, outros tópicos observados do programa de governo são a competitividade e a produtividade. De acordo com Levy, o Brasil tem de fazer um ajuste estrutural já que mudaram as condições da economia brasileira, especialmente os preços das commodities [produtos básicos de exportação], “e ver o que é importante para Brasil [no futuro].”
“A gente viu como as indústrias no Brasil, nos últimos anos, apesar de o governo ter dado muitos incentivos fiscais, não [registraram] desempenho muito forte. Essas são as coisas importantes, que a gente tem que estar olhando. São questões estruturais, são questões como a gente pode fazer para a economia ter mais vitalidade. E não necessariamente só colocado mais dinheiro público”, enfatizou.
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