Al Bashir chega ao Sudão após África do Sul permitir sua saída

  • Por Agencia EFE
  • 15/06/2015 15h25

Cartum, 15 jun (EFE).- O presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, voltou a Cartum (Sudão) nesta segunda-feira depois que as autoridades da África do Sul não cumpriram a ordem de prisão internacional emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e contra a humanidade.

O líder aterrissou às 18h30 (horário local, 11h30 em Brasília) no Aeroporto de Cartum, a bordo do avião presidencial, e foi recebido por dezenas de simpatizantes do partido, representantes do governo e membros do parlamento. Eles gritaram frases como “Bem-vindo herói da África”, “Bem-vindo leão do continente” e “Vai para o inferno Tribunal Penal Internacional”, enquanto carregavam um caixão com a inscrição “Funeral do TPI”.

Logo após sua chegada, o ministro das Relações Exteriores sudanês, Ibrahim Gandur, declarou que o ocorrido se tornou uma “sensação midiática” e um “tentativa frustrada” de interferência. Ele qualificou que a participação de Al Bashir na Cúpula da União Africana (UA) realizada em Johanesburgo, na África do Sul, de “eficaz” e afirmou que o líder sudanês foi “a estrela” da reunião de chefes de estado do continente, que terminou hoje.

Gandur elogiou o governo sul-africano de Jacob Zuma, ao afirmar que o pedido de detenção de Al Bashir foi uma tentativa de um grupo opositor de pôr em evidência o líder sul-africano. Al Bashir saiu de Johanesburgo com o apoio do governo de Zuma, que tinha se comprometido a oferecer imunidade a todos os líderes que participassem da cúpula africana.

Ontem, um tribunal sul-africano havia impedido sua saída do país, enquanto decidia se o presidente sudanês devia ser detido. Pouco depois, o mesmo tribunal pediu ao governo que prendesse Al Bashir, após destacar que a África do Sul tem a obrigação de aplicar as ordens de detenção do TPI por ser signatária de seu tratado de fundação.

O titular das Relações Exteriores sudanês advertiu que seu governo terá uma posição “firme” contra “qualquer estado que adote a decisão do TPI em relação à detenção de Al Bashir”, sem especificar que medidas o país, atualmente isolado internacionalmente, poderia tomar.

O Sudão, assim como outros países, considera que o TPI é um instrumento colonial contra os líderes africanos, muitos dos quais não reconhecem este tribunal da Organização das Nações Unidas. EFE

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