Al Gore destaca importância do Brasil na luta contra a mudança climática

  • Por Agencia EFE
  • 05/11/2014 16h19

Rio de Janeiro, 5 nov (EFE).- O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ecologista Al Gore ressaltou nesta quarta-feira no Rio de Janeiro a importância do Brasil na luta global contra a mudança climática devido a suas conquistas na redução da emissão de gases do efeito estufa e à diminuição do desmatamento na Amazônia.

No evento chamado “Climate Reality Leadership Corps Training”, que ocorre até esta quinta-feira na capital fluminense e que tem como objetivo “educar” os futuros “líderes” na luta contra a mudança climática, Al Gore também enalteceu o “potencial da energia solar” na América Latina.

“Dentro de seis anos, 82% da população mundial viverá em áreas onde a energia solar será mais barata que outro tipo de energia”, afirmou durante a apresentação, na qual também falou sobre o impacto positivo dessa fonte de energia na criação de emprego.

“Warren Buffet (terceiro homem mais rico do mundo, segundo a revista “Forbes”) se caracteriza por fazer bons investimentos. Ele investiu em energia eólica e solar”, disse.

Além de destacar o progressivo barateamento desse tipo de energia, assim como de outros produtos relacionados, como as baterias de lítio, o americano também ressaltou o aumento do uso de carros com motores elétricos.

Al Gore destacou a importância do Brasil na luta contra a mudança climática e elogiou o trabalho do país na redução do desmatamento e na diminuição das emissões de dióxido de carbono.

A presidente Dilma Rousseff declarou na Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York em setembro, que o Brasil “reduziu o desmatamento em 79%” no país e que está cumprindo a promessa de reduzir as emissões de dióxido de carbono entre “36% e 39%” até 2020.

Apesar disso, Al Gore falou sobre o impacto direto que o desmatamento da Amazônia tem na atual crise hídrica de São Paulo, o estado mais povoado e rico do Brasil.

Segundo explicou, o desmatamento de um dos “pulmões do planeta” interrompe o fluxo das massas de nuvens que passam pela Amazônia e que chegam ao estado de São Paulo provocando as precipitações.

Uma das consequências do desmatamento é o surgimento de fenômenos climáticos extremos. Durante a conferência, que durou mais de duas horas, o ecologista utilizou diversos vídeos impactantes de inundações, secas e outros efeitos climáticos extremos produzidos pelo aquecimento global em diversos cantos do planeta.

Em seu discurso, Al Gore também refletiu sobre a influência da mudança climática em aspectos como a saúde ou o aumento do preço dos alimentos.

Quanto à saúde, o americano explicou que, como consequência do aquecimento global, se registrou uma disseminação de doenças contagiosas e diversos problemas respiratórios devido à poluição do ar.

No que se refere ao impacto da mudança climática no preço dos alimentos, Al Gore disse que “talvez uma família de classe média ou classe alta não note, mas as classes menos favorecidas, nas quais cerca de 60% do orçamento é destinado a comida, as variações no preço dos alimentos são notadas”.

O diretor do evento no Rio de Janeiro, o mexicano Mario Molina, disse que muitas conversas importantes antes das grandes cúpulas climáticas ocorrem nos “bastidores”, em referência a eventos desse tipo, que em fevereiro de 2015 será realizado em Nova Délhi, na Índia, a cidade mais poluída do mundo.

O “Climate Reality Leadership Corps Training”, do qual participam cerca de 750 pessoas de todo o mundo, termina nesta quinta-feira e esta é a primeira edição realizada na América do Sul. EFE

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