Al Jazeera considera condenação de seus jornalistas injusta e ilógica

  • Por Agencia EFE
  • 23/06/2014 12h36
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Cairo, 23 jun (EFE).- O diretor-geral da “Al Jazeera” em inglês, Al Anstey, denunciou nesta segunda-feira que as condenações a penas de entre sete e dez anos de prisão contra seus jornalistas no Egito “desafiam a lógica e a justiça”.

“Hoje, três colegas e amigos foram sentenciados, e permanecerão atrás das grades por realizar um brilhante trabalho”, lamentou Al Anstey em sua conta no Twitter.

O diretor da “Al Jazeera” classificou o correspondente australiano Peter Greste, o egípcio com passaporte canadense Mohammed Fahmy e o egípcio Baher Mohammed como “grandes jornalistas”.

Os dois primeiros foram sentenciados a sete anos de prisão, enquanto o terceiro, a dez, por divulgar notícias falsas sobre o Egito e colaborar com a Irmandade Muçulmana.

“Culpados de cobrir fatos com uma grande habilidade e integridade (…) e por defender o direito do povo (egípcio) a saber o que acontece em seu país”, destacou Al Anstey.

“Peter, Mohammed e Baher, e outros seis de nossos companheiros foram sentenciados apesar do fato de não terem sido encontradas provas para respaldar os falsos cargos contra eles”, acrescentou.

Um total de 20 pessoas eram processadas nesta causa, não todos os jornalistas da “Al Jazeera”.

A corte condenou a 12 – julgadas à revelia – a dez anos de prisão e a três estudantes a sete, enquanto absolveu outros dois.

Entre os condenados à revelia estão os jornalistas da “Al Jazeera” britânicos Sue Turton e Dominic Kane, que foram ao Egito cobrir os eventos após a derrocada militar em julho de 2013 do presidente Mohammed Mursi.

Um dos advogados do caso, Shaaban Said, disse à Agência Efe na sala que vão a recorrer da sentença, emitida em primeira instância, que qualificou de “dura e cruel”.

As autoridades egípcias fecharam os escritórios da “Al Jazeera” no Cairo e acusam a rede de apoiar a Irmandade Muçulmana – declarada grupo terrorista – e divulgar informações que distorcem a realidade do Egito.

O julgamento despertou críticas das organizações de direitos humanos e de coletivos de jornalistas, como a Anistia Internacional (AI), que classificou hoje de “ataque feroz à liberdade de imprensa”.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas situa o Egito entre os dez Estados com mais repórteres presos e o terceiro país mais mortal para os informadores em 2013. EFE

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