Al Qaeda reivindica dois ataques contra a missão da ONU no Mali
Nouakchott, 1 jun (EFE).- A organização terrorista Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) reivindicou nesta segunda-feira dois ataques perpetrados durante o mês de maio contra as forças da Missão da ONU no Mali.
Através de uma ligação telefônica à agência privada de notícias mauritana “Al Akhbar”, o porta-voz da AQMI, Abderrahmane Al Azawadi, especificou que um dos ataques com mísseis aconteceu em 25 de maio contra uma base das forças internacionais.
Precisamente nesse mesmo dia, um soldado da ONU morreu em um ataque de desconhecidos em Bamaco, enquanto outro ficou gravemente ferido. No entanto, não está claro se Al Azawadi se refere ao mesmo ataque.
Além disso, o porta-voz acrescentou que o segundo ataque aconteceu com explosivos em 28 de maio na estrada entre Tombuctu e Teherdge contra um comboio das forças da ONU no qual viajava Michael Lollesgaard, chefe do contingente militar da Minusma, e o chefe da Polícia da ONU no Mali, Abdul Nassir Awalé.
Neste último ataque, a Minusma informou que três pessoas ficaram feridas, mas o porta-voz da AQMI afirmou em sua chamada que três boinas azuis de Burkina Fasso perderam a vida.
Os ataques contra patrulhas das Nações Unidas e contra comboios de transportes de civis na região do nordeste do Mali são constantes e se somam aos bombardeios contra quartéis da Minusma e do Exército malinês.
As forças da ONU são também alvo de outros grupos jihadistas como “Al Murabitun”, um dos mais ativos no Saara e no Sahel, dirigido por Mojtar Belmojtar, antes aliado da AQMI e responsável de algum dos ataques mais sangrentos na região do Saara.
Atualmente há no Mali algo mais de 10,3 mil membros da Minusma de várias nacionalidades, além disso de cerca 3 mil franceses, dentro da chamada Operação Barkhane de estabilização dos países do Sahel.
A situação política no Mali é instável desde que em 2012 o Movimento Nacional para a Liberação de Azawad (MNLA) e outros grupos jihadistas tomaram o controle do norte de país, que mantiveram durante cerca de dez meses até que foram supostamente expulsos graças a uma intervenção internacional liderada pela França em janeiro de 2013.
Apesar disso, os jihadistas seguem sendo uma séria ameaça no norte do país, onde algumas zonas estão fora do controle de Bamaco. EFE
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