Al-Sisi apresenta projeto para construir canal paralelo ao de Suez
Cairo, 5 ago (EFE).- O presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, apresentou nesta terça-feira um projeto para construir um canal paralelo ao de Suez sob a supervisão do exército e financiado por investidores locais, informou a imprensa oficial.
“As companhias egípcias dedicadas à execução do plano vão trabalhar sob a supervisão total das forças armadas, levando em consideração a segurança nacional”, destacou ele em cerimônia na cidade de Ismaília.
Al-Sisi garantiu que os egípcios têm reservas perante a possibilidade de que o financiamento provenha de bancos ou investimentos estrangeiros, por isso eles mesmo financiarão o projeto. O novo Canal de Suez, que correrá em paralelo ao atual, terá extensão estimada de 72 quilômetros, sendo que 35 serão escavados e 37 construídos no conceito de ampliação e profundidade.
O projeto para escavar e construir os túneis custará US$8,4 bilhões, dos quais US$4 bilhões serão destinados apenas aos trabalhos de escavação, que será realizado por 25 empresas.
A obra permitirá aumentar a receita do Canal de Suez dos US$5 bilhões atuais a US$259 bilhões e favorecerá a redução do tempo de espera das embarcações de 11 para um máximo de três horas. Isso será possível porque o canal terá capacidade para ser atravessado por 96 navios em vez de 49, como acontece hoje em dia.
O presidente egípcio revelou que os projetos vinculados ao Canal de Suez e a sua escavação serão feitos unicamente pelos egípcios, mas seu desenvolvimento será licitado conforme a lei de investimentos.
Em discurso, o presidente da Autoridade do Canal de Suez, general Mohab Mamish, disse que o início das escavações do novo Canal de Suez é considerado um fato histórico e confirma a força da vontade egípcia para desenhar a história novamente. Ele explicou que o projeto foi preparado corretamente sob a supervisão de uma comissão ministerial e com a participação de consórcios locais e internacionais.
Com 195 quilômetros de extensão, o Canal de Suez foi aberto em 1869 e nacionalizado em 26 de julho de 1956 pelo então presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. A nacionalização desencadeou uma guerra com a França e a Inglaterra, que até então administravam esse trecho marítimo, o qual também se uniu Israel. De lá para cá, o canal passou a ser administrado pelo Egito. EFE
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