Al Sisi promete acalmar medo de jovens egípcios voltarem ao passado
Cairo, 30 mai (EFE).- Nas primeiras declarações após a vitória nas eleições presidenciais egípcias, Abdul Fatah al Sisi disse ao jornal do Kwait “Al Yarida” que deseja acalmar o medo dos jovens de que o Egito volte ao passado, em alusão ao regime do ex-presidente Hosni Mubarak (1981-2011).
“Somos conscientes de que existe esse temor da volta ao passado, mas não há andar para atrás, o país irá para frente”, afirmou Al Sisi na entrevista publicada nesta sexta-feira. E acrescentou que procura uma “união nacional verdadeira que satisfaça todos os egípcios e que trabalhe para acalmar e conter os jovens”.
Segundo ele, não há tempo para diferenças ou para entrar em conflitos, e abriu as portas “a todos para participarem da constituição da nação”, incluídos os jovens.
O vencedor da eleição presidencial realizada essa semana acrescentou que espera o anúncio oficial dos resultados (que será divulgado na quarta) para começar a trabalhar e “escolher os combatentes para buscar as prioridades (do país) de segurança e estabilidade”.
Al Sisi agradeceu o trabalho do exército, da polícia e de “seus mártires”, sem os quais, segundo ele, não teria chegado a um ponto seguro. “Muitos deles continuam se sacrificando até que possamos alcançar a estabilidade desejada”, destacou.
O ex-chefe do Exército qualificou o povo egípcio de “ciente do que está ocorrendo agora” e prometeu trabalhar para conseguir “a felicidade com trabalho e não com palavras”.
Segundo o jornal, Al Sisi quer que o juramento do cargo seja adiado até a segunda metade de junho, à espera de que o presidente interino, Adly Mansour, termine de elaborar a lei das eleições parlamentares.
O ex-ministro de Defesa quer assim permanecer afastado da controvérsia sobre as cláusulas relacionadas à eleição da próxima Câmara dos Representantes.
Já a imprensa egípcia especula que Al Sisi tomaria posse em 7 de junho, depois de o resultado oficial da eleição ser anunciado.
As pesquisas indicam que Al Sisi será o próximo presidente do Egito com mais de 93% dos votos em uma eleição rodeada pela polêmica sobre a baixa participação popular, que segundo as autoridades alcançou 46%.
Seu único rival, o esquerdista Hamdin Sabahi, teve somente 3% dos votos, um número inclusive inferior ao de nulos, 4%, segundo a equipe da campanha de Al Sisi. EFE
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