Al Zabadani tem mais de 130 feridos esperando para sair da cidade
Beirute, 28 set (EFE).- O hospital de campanha da cidade síria de Al Zabadani, o único que ainda funciona na cidade, tem atualmente 137 feridos, muitos deles graves, que esperam para serem retirados dali, disse nesta segunda-feira à Agência Efe o diretor do centro, Omar Burhan.
Em uma conversa telefônica desde Al Zabadani, próxima a fronteira com o Líbano, Burhan explicou que 12% dos feridos são civis, e o restante rebeldes.
Ele espera a saída rápida dos combatentes e a evacuação dos feridos de Al Zabadani, que é parte do acordo assinado na sexta-feira entre as forças governamentais sírias e as facções opositoras.
Este pacto, apoiado pela Turquia e pelo Irã e que teve a mediação da ONU, afeta também as cidades de maioria xiita de Fua e Kefraya, na província de Idlib, que estão cercadas pela Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda, e seus aliados.
Desde o início de julho, Al Zabadani é alvo de uma ofensiva do exército sírio, apoiado pelo grupo xiita libanês Hezbollah, para expulsar os insurgentes.
Burhan apontou que, de acordo com o primeiro ponto do acordo, os combatentes feridos serão levados para Idlib, que está controlada quase totalmente pela Frente al Nusra e outras organizações armadas.
Burhan alertou que os remédios estão acabando no hospital de campanha, que, destacou, não está vinculada a nenhuma organização e é “independente”.
Ele descreveu a situação humanitária em Al Zabadani como “muito grave”, pela falta de comida e de água potável devido ao conflito. “Como o acordo ainda não começou a ser aplicado, ainda não entrou ajuda da ONU”, indicou.
Enquanto isso, desde a sexta-feira reina a calma na cidade, que nos últimos três meses sofreu diariamente bombardeios da aviação militar. “95% de Al Zabadani está destruída”, denunciou Burhan.
Segundo ele, atualmente 20% da cidade está nas mãos dos rebeldes, e o resto em poder das forças armadas sírias e do Hezbollah.
“Dentro de Al Zabadani sobraram uns 700 insurgentes, e pode haver cinco mil soldados ao redor”, estimou Burhan.
As partes em conflito negociavam há meses para acabar com as hostilidades em Al Zabadani, Fua e Kefraya, onde já haviam sido pactuados vários cessar-fogo.EFE
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