A.Latina e Caribe analisam na Jamaica mudança climática e desenvolvimento

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 01h12
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Cristina García Casado.

Montego Bay (Jamaica), 24 jun (EFE).- Começou nesta terça-feira, na Jamaica, a primeira cúpula dos Fundos de Investimentos Climáticos (CIF, sigla em inglês) na América Latina e no Caribe, na qual os atores da região, onde a luta contra a mudança climática está ligada ao modelo de desenvolvimento, avaliam estratégias para não repetir os erros dos países desenvolvidos.

“A mudança climática nos países em desenvolvimento é um tema de desenvolvimento. Há uma tendência de pensar que a luta contra a mudança climática é responsabilidade dos países mais ricos e dos que mais poluem, entretanto, a escolha do modelo sobre o qual uma nação vai crescer é crucial”, explicou à Agência Efe Claudio Alatorre, especialista em mudança climática do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

“Todas as decisões contam. Em desenvolvimento urbano, planejamos cidades densas ou mais espalhadas? Construímos mais infraestruturas como estradas ou damos mais ênfase no transporte coletivo e nas ciclovias? Há opções para se escolher e muitas são de políticas e investimentos”, acrescentou.

O BID é a organização multilateral com a qual o CIF organiza seu fórum este ano, um encontro realizado a cada 18 meses e que reúne governos, setor privado, comunidades indígenas, organizações de desenvolvimento e pesquisadores.

Brasil, Bolívia, México, Chile, Colômbia, Peru, Honduras e as nações caribenhas são os “países piloto” da região que participam dos CIF, fundos criados em 2008 como um compromisso dos países desenvolvidos para fornecer recursos para projetos sustentáveis nas nações em desenvolvimento.

Um dos fundos principais dentro dos CIF é o destinado às energias limpas, nas quais se destacam os programas eólicos no México, os solares no Chile e os de transporte sustentável na Colômbia.

“Em nossa região, energias como a eólica abriram o caminho para que fontes limpas possam ser comercializadas e merecem financiamento a longo prazo. O desafio é adaptar estas soluções para uma escala menor na medida em que os custos vão diminuindo”, considerou o vice-presidente do BID para o setor privado, Hans Schulz.

“A América Latina representa uma fusão de todas as distintas posições relativas à mudança climática e nossos países são muito participativos em todas essas posições da diplomacia climática”, afirmou o especialista Alatorre.

A Jamaica, um dos 48 países que se beneficiam dos fundos CIF, recebe o fórum em um momento no qual seu governo tem programas de adaptação – medidas destinadas a atenuar os efeitos da mudança climática – que são “exemplares” para a região, disse à Efe a consultora do BID sobre mudança climática no Caribe, Sara Valero.

Os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMD), como o BID e o Banco Mundial, canalizam os fundos nos países piloto para garantir um uso mais efetivo, uma dotação que chega, até o momento, a US$ 7 bilhões.

“A opção pelos bancos multilaterais ao invés de fornecer diretamente o dinheiro para um Ministério do Meio Ambiente é o reconhecimento de que a mudança climática nos países em desenvolvimento é uma questão de desenvolvimento”, opinou Alatorre.

O BID é um dos organizadores, pela primeira vez, do fórum CIF, que acontece durante esta semana no centro de convenções de Montego Bay e que conta com a participação de cerca de 500 pessoas de todo o mundo.

“O CIF é diferente de outros fundos destinados à mudança climática porque não está no contexto das Nações Unidas e, além disso, é provavelmente o que mais reuniu doações em seus sete anos de existência”, explicou à Efe Gloria Visconti, especialista líder em mudança climática do BID. EFE

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