Alba cria grupo de facilitadores para mediar entre Venezuela e EUA

  • Por Agencia EFE
  • 17/03/2015 23h52

Caracas, 17 mar (EFE).- A cúpula dos países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) decidiu nesta terça-feira em Caracas formar um “grupo de facilitadores” dos diferentes organismos de integração latino-americanos para “facilitar uma diplomacia de compromisso” entre os governos de Estados Unidos e Venezuela.

A declaração final da cúpula – lida pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao término do encontro – estabeleceu a criação desse grupo da Alba, da Celac, da Unasul e da Caricom “para aliviar as tensões e garantir a resolução amigável”, mas não deu mais detalhes de sua composição.

Os países da aliança pedem para os EUA “acolher e estabelecer um diálogo com o governo da Venezuela, como alternativa ao conflito e ao confronto, fundamentado no respeito permanente da soberania e da autodeterminação dos povos e dos Estados”.

Além disso, a declaração da Alba solicita ao Executivo dos EUA a derrogação da ordem executiva que considerou o país caribenho “uma ameaça extraordinária” para sua segurança e exige que “cesse imediatamente a fustigação e a agressão contra o governo e o povo da Venezuela”.

“Dita política dos EUA – afirma o documento conjunto – encoraja a desestabilização e o uso da violência por parte de setores da oposição venezuelana”.

Os países da Alba consideram “injustificada e injusta” a ordem executiva decretada na segunda-feira passada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e estimam que constitui “uma ameaça contra o princípio de soberania e de não-intervenção nos assuntos internos dos Estados”.

Neste sentido, instam os EUA a “abster-se do uso de recursos coercitivos unilaterais que violem o direito internacional” ao mesmo tempo em que enfatizam que a Venezuela “não representa ameaça para nenhum país”.

A declaração também denuncia “a feroz campanha midiática internacional contra a Venezuela e seu governo, encaminhada a desacreditar a revolução bolivariana, tentando criar as condições para uma intervenção em maior escala e alheia à solução pacífica das diferenças”.

Além disso, o países da Alba reiteram seu “mais firme respaldo” ao governo da presidente Dilma Rousseff, e sua “solidariedade e apoio” à presidente argentina, Cristina Kirchner, e seu governo que “estão sendo submetidos a uma campanha de desprestígio pessoal e institucional por parte de setores da direita política e midiática de seu país”.

Na cúpula da Alba realizada no palácio presidencial de Miraflores de Caracas participaram junto com Maduro os presidentes de Cuba, Raúl Castro; da Bolívia, Evo Morales; e da Nicarágua, Daniel Ortega.

Em representação do presidente do Equador, Rafael Correa, esteve seu chanceler, Ricardo Patiño.

Também estiverem presente os primeiros-ministros de Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Guiana e Haiti, este último na qualidade de membro observador. EFE

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