Albânia finaliza preparativos para receber o papa Francisco neste domingo
Mimoza Dhima.
Tirana, 20 set (EFE).- A Albânia finaliza neste sábado os preparativos para receber amanhã o papa Francisco, que durante sua breve visita de 11 horas promoverá o diálogo religioso entre a maioria muçulmana e os cristãos e homenageará as vítimas do comunismo.
“Decidi viajar para este país porque sofreu muito por causa de um terrível regime ateu e agora esta realizando uma pacífica convivência entre seus diferentes componentes religiosos”, explicou recentemente Francisco durante uma audiência geral realizada na Praça de São Pedro do Vaticano.
O bispo de Roma empreenderá assim seu quarto périplo fora das fronteiras do Vaticano, depois dos realizados ao Brasil, Terra Santa e Coreia do Sul.
As ruas da capital Tirana se vestiram de festa com as bandeiras da Albânia e as do Vaticano, imagens que só se produzem na celebração das festas nacionais.
Um grupo de trabalhadores está terminando a colocação do altar na praça Madre Teresa, que durante um mês foi submetida a uma ampla reforma, tanto do pavimento como das fachadas dos edifícios que a rodeiam.
Desse altar o santo padre rezará uma missa para a qual são esperadas centenas de milhares de albaneses católicos e muçulmanos chegados também de Kosovo, Macedônia, Montenegro e outros países europeus.
“Aprecio o papa Francisco porque, apesar ser santo, caminha com os pés na terra, entre o povo”, disse à Agência Efe Vlash Prifti.
Igual a Vlash muitos albaneses estão ansiosos com a visita do papa, que empreende sua primeira viagem europeia para respeitar e honrar um povo que durante várias décadas foi proibido de acreditar em Deus.
O ditador stalinista Enver Hoxha, que dirigiu o país entre 1944 e 1985, proibiu em 1967 a fé e uma década depois a Albânia se tornou por mandato constitucional o primeiro país ateu do mundo.
Milhares de igrejas e mesquitas foram destruídas, transformadas em armazéns e cinemas que propagavam a ideologia marxista, os livros religiosos foram queimados e os pais foram proibidos de pôr em seus filhos os nomes religiosos de seus antepassados.
Para o padre albanês Mirget Gega, o papa chega à Albânia também por motivos espirituais, para “transmitir a mensagem da paz e a unidade para que o povo se distancie do ódio”.
A Albânia é um país de 2,8 milhões de habitantes, onde a maioria muçulmana (57%) conviveu historicamente em paz com a minoria cristã católica (10%) e ortodoxa (7%).
As autoridades policiais asseguraram que tomaram severas medidas para proteger o santo padre durante sua breve estadia em Tirana, frente a supostas ameaças de ataques de extremistas jihadistas. EFE
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