Alckmin eleva o tom e defende punição para motoristas de ônibus que agem com violência

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2014 08h25

O governador de São Paulo Jorge Araújo/Folhapress Governador de São Paulo Geraldo Alckmin propõe soluções para a seca

Passageiros de ônibus tiveram mais um dia difícil e a audiência sobre legalidade da greve de motoristas e cobradores terminou sem decisão da Justiça. Nesta quinta-feira, pelo menos seis cidades da Grande São Paulo foram atingidas pela paralisação, que está parcialmente mantida em Osasco e Diadema.

Outros municípios afetados foram Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Embu e Juquitiba, com 300 mil usuários prejudicados. Além da tensão entre passageiros e funcionários das empresas, vários ônibus foram parados e tiveram pneus esvaziados e vidros quebrados.

Na capital, coletivos da viação Santa Brígida voltaram a circular nesta depois de mais uma manhã de paralisação e bloqueios nas garagens. Nesta quinta-feira, antes do retorno dos ônibus, às 10h, a Jovem Pan ouviu pessoas que tentavam chegar ao trabalho.

*Escute os detalhes no áudio

A audiência sobre legalidade da paralisação de motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo terminou sem decisão da Justiça. O órgão patronal acionou o Tribunal Regional do Trabalho por entender que a greve era ilegal, por não ter tido um aviso prévio e nem definição por assembleia

Já o sindicato dos motoristas e cobradores alegou que o movimento teve início devido a uma dissidência e, portanto, não tinha nenhuma responsabilidade. Durante a audiência, a desembargadora do TRT, Rilma Aparecida Hemetério, deu um “puxão de orelha” em patrões e empregados.

A desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho disse que a legalidade do movimento será avaliada por um órgão colegiado. Rilma Aparecida Hemetério explicou que, se a greve for considerada ilegal, os dias de paralisação serão descontados.

As partes envolvidas na audiência têm até hoje para apresentar uma posição sobre a greve e a decisão sobre a legitimidade sairá posteriormente. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que o cidadão foi desrespeitado durante a greve e aguarda uma decisão da Justiça.

O governador Geraldo Alckmin elevou o tom e declarou que os motoristas de ônibus em greve que agem com violência e vandalismo devem ser punidos. Um dia depois de afirmar que a paralisação era assunto da prefeitura de São Paulo, o discurso mudou.

Após assembleia, motoristas e cobradores de Osasco decidiram manter a greve, que tem reivindicação de reajuste salarial igual ao de São Paulo. Dos 347 coletivos da frota do município, 26 foram depredados; o prefeito Jorge Lapas diz que o sindicato tem dissidência parecida com a da capital.

Uma pesquisa Datafolha divulgada ontem apontou que 73% dos paulistanos acham que os protestos geram mais prejuízos que benefícios à sociedade. Apesar de o número ser elevado, a maioria dos entrevistados, 52%, afirmou que apoia as manifestações.

O levantamento foi feito na terça-feira em São Paulo, primeiro dia da greve de ônibus, com 819 pessoas. A margem de erro é de 4 pontos para mais ou para menos.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.