Alemanha confiscará identidade de islamitas para evitar que viajem ao O.Médio
Berlim, 14 jan (EFE).- O Conselho de ministros alemão aprovou nesta quarta-feira uma reforma legal que permitirá retirar a carteira de identidade de muçulmanos radicalizados e evitar que possam viajar à Síria ou Iraque para combater com grupos islamitas.
O Executivo alemão explicou em comunicado que a mudança, incluída em um projeto de lei que passará agora ao Bundestag (câmara baixa), é “um importante instrumento do estado de Direito na luta contra a radicalização”.
“Devem ser evitadas, de forma eficaz e sustentável, as viagens de pessoas que põem em perigo a segurança interior e exterior da Alemanha”, argumenta a nota.
A reforma complementa a já contemplada retirada do passaporte e fecha assim o buraco legal que permitia que islamitas alemães chegassem à Síria e ao Iraque através de terceiros países com a carteira de identidade.
O projeto de lei impõe uma base legal para a denegação e retirada do documento de identidade.
O governo alemão lembrou que o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução em setembro pedindo a todos os estados que tentem evitar os movimentos de terroristas e grupos terroristas.
As autoridades alemãs estimam que desde 2012, cerca de 550 islamitas abandonaram seu país rumo à Síria e têm abertas diligências contra mais de 200 supostos ativistas do Estado Islâmico (EI) no país.
Em setembro, o Ministério do Interior proibiu com efeitos imediatos as atividades do EI, o que transformou em delito a exibição de seus símbolos e distintivos, o recolhimento de fundos para a organização jihadista e o proselitismo na internet.
A decisão foi adotada após comprovar a “agressiva” propaganda que fazia a organização de suas atividades também em alemão e a radicalização de setores islamitas dentro do país.
A União Europeia (UE) calcula que mais de 3 mil, dos cerca de 10 mil combatentes estrangeiros que lutam na Síria e Iraque, procedem da Europa.
Destes, a maioria são oriundos de países árabes, embora residiam principalmente na França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Holanda, Suécia e na península balcânica. EFE
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