Alemanha descarta que entrada da Ucrânia na Otan esteja na agenda

Berlim, 30 nov (EFE).- o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, descartou neste domingo que a entrada da Ucrânia na Otan possa estar na agenda da Aliança e afirmou que não se deve “jogar gasolina no fogo”, em referência ao tensionamento do conflito.

“A entrada da Ucrânia na Otan não pode estar na ordem do dia. Não vejo a Ucrânia em direção a Otan”, disse Steinmeier em uma entrevista à emissora da televisão pública alemã, “ZDF”.

O chefe da diplomacia alemã se mostrou compreensivo com os desejos de Kiev de reforçar sua política de segurança, mas lembrou o “perigoso conflito” vivido no leste do país e advertiu que ele ainda poderia se agravar, pelo que pediu que atuem com “realismo”.

A futura entrada na Otan do país é um das aspirações da coalizão de partidos europeístas que formam a maioria parlamentar ucraniana.

Hoje ainda o jornal dominical alemão “Bild am Sonntag” informou que a mãe de Olga L, jovem alemã que morreu no voo MH17 de Malaysia Airlines, derrubado no leste da Ucrânia, apresentou na semana passada um requerimento ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos contra o Estado ucraniano.

Segundo o advogado da mãe, Elmar Giemulla, ela pede indenização de 800 mil euros por homicídio imprudente, por considerar que a Ucrânia deveria ter fechado seu espaço aéreo sobre a área controlada pelos separatistas pró-Rússia, onde acontecem os combates.

O advogado argumenta que Kiev não fez isso para não renunciar as milionárias receitas vindas das taxas de uso de seu espaço aéreo.

Na catástrofe aérea do voo MH17 morreram 298 pessoas, quatro delas alemãs. EFE