Alemanha diz que crise migratória pode ser o maior desafio da história da UE
None
Praga, 11 set (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse nesta sexta-feira em Praga que a atual crise migratória e de refugiados pode ser o “maior desafio na história da União Europeia (UE)”.
“Se estamos unidos em nossa descrição da situação, devemos estar unidos para compreender que essa situação não pode ser conduzida por um só país”, declarou Steinmeier.
As palavras do chefe da diplomacia alemã foram ditas após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da República Tcheca, Eslováquia, Hungria e Polônia, que rejeitam a proposta de Bruxelas de redistribuir 160 mil refugiados entre os parceiros comunitários.
Só neste fim de semana, a Alemanha espera a chegada de outros 40 mil refugiados, segundo o chefe da diplomacia alemã, e a previsão para todo o ano é de 800 mil pessoas.
“Apesar da vontade da população alemã para aceitar os refugiados, o peso é imenso. Talvez seja o maior desafio da UE em sua história”, assinalou.
Entre fechar as fronteiras e “trair os valores”, ou permitir o acesso a todos e “perder aceitação de nossa cidadania”, Steinmeier advogou por “chegar a uma solução europeia”.
Entre os aspectos nos quais houve acordo em Praga estão “construir caminhos efetivos de redistribuição e devolução de emigrantes” e envolver também países terceiros, que são “destinos seguros” para os refugiados, explicou o chefe da diplomacia alemã.
O representante alemão considera que os 1,5 bilhão de euros que a Comissão europeia propôs para enfrentar esta crise de migração, sobretudo criando nas fronteiras comunitárias centros de amparo, registro e devolução (“hotspots”), “não será suficiente”.
Steinmeier avaliou, além disso, negativamente o princípio de “cotas voluntárias” de redistribuição da carga dos refugiados, já que na sua opinião “isto não ajuda em nossa situação e aumentará os refugiados para a Alemanha”.
Essa pode ser uma das fórmulas que Luxemburgo apresentará, país que ostenta a presidência rotativa da UE, na reunião de ministros de Interior da segunda-feira em Bruxelas.
“É necessário um mecanismo justo de distribuição”, disse o político alemão.
Enquanto isso, os quatro parceiros europeus integrados no Grupo de Visegrado (República Tcheca, Eslováquia, Hungria e Polônia), se mantiveram rejeição plenamente às cotas obrigatórias.
“O principal não são as cotas, que não é o ponto que nos salva”, disse o anfitrião da reunião, o tcheco Lubomir Zaoralek.
“É preciso manter o controle de acordo com a capacidade que temos de receber e oferecer integração”, disse o social-democrata tcheco.EFE
gm/ff
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.