Alemanha diz que eleições no leste Ucrânia representam grave violação
Berlim, 21 set (EFE).- O governo alemão qualificou nesta segunda-feira de “grave violação” dos acordos de Minsk a realização de eleições locais nas autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk anunciadas pelos separatistas pró-Rússia para os dias 18 de outubro e 1 de novembro, respectivamente.
Na tradicional entrevista coletiva de segunda-feira, o porta-voz do Executivo, Steffen Seibert, declarou que o governo recebeu “com grande preocupação” o anúncio de eleições nas duas repúblicas separatistas, que caso aconteçam “seriam uma grave violação dos acordos de Minsk”.
“Eleições locais separatistas sem consultar as modalidades com o grupo de contato trilateral (Ucrânia, Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)), contra o direito ucraniano e os padrões da OSCE e do Gabinete para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR), seriam uma grave violação. É lamentável que, até o momento, a Rússia não tenha se distanciado destes planos”, ressaltou.
A porta-voz adjunta do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Sawsan Chebli, também disse ter esta preocupação perante o anúncio do pleito, que segundo ela “põem seriamente em perigo” os acordos de Minsk.
“Esperamos que Moscou faça valer sua influência para que os separatistas cancelem as eleições”, manifestou.
Ela lembrou que o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, pediu hoje com urgência a Kiev e a Moscou durante uma visita a Bangladesh para “não colocar em jogo” o cessar-fogo vigente no leste da Ucrânia desde o início do mês.
“O cessar-fogo ainda não está totalmente garantido. O conflito ainda pode voltar a crescer militarmente”, citou ao ministro.
Para ele, é necessário que as partes cumpram com o compromisso de retirar as armas das linhas da frente, como acertaram os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França, Rússia e Ucrânia no último dia 12 em Berlim. EFE
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