Alemanha e França lideram esforços para avanços em negociações sobre clima
Berlim, 18 mai (EFE).- Os governos da Alemanha e França lideram um fórum ministerial que começou nesta segunda-feira em Berlim para tentar conseguir avanços nas negociações da Cúpula do Clima de Paris, que acontecerá no final do ano na capital francesa, e que se aproxima sem que os principais compromissos estejam fechados, disse hoje o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.
No sexto Diálogo do Clima de Petersberg, em que a titular alemã de Meio Ambiente, Barbara Hendricks, e Fabius foram anfitriões, participaram ministros e representantes de 35 países, entre eles Brasil, Bolívia, Chile, México, Peru e Venezuela.
Amanhã discursarão a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande.
“A situação é dramática. Devemos negociar com urgência”, alertou Fabius, ao deixar claro que “não há um plano B”.
Fabius advertiu do risco de que os compromissos nacionais para a redução de emissões não sejam suficientes para alcançar a meta de limitar o aumento da temperatura na superfície do planeta no final de século em dois graus em relação aos níveis pré-industriais.
O financiamento multilateral para atenuar os efeitos da mudança climática é outro dos eixos da reunião de Berlim, já que por enquanto a questão segue aberta.
O encontro, de caráter informal, procura encontrar consensos para o esperado Acordo de Paris, que deveria ser a legislação “vinculativa e geral” para todos os países a partir de 2020, em substituição ao Protocolo de Kioto, explicou Hendricks em entrevista coletiva.
No entanto, assinalou a ministra, Paris “será o começo e não o final de uma longa série de negociações entre os países cujo objetivo final deve ser conseguir uma economia global livre de CO2 para a segunda metade do século XXI”.
O programa de hoje começou com o debate sobre as “contribuições nacionais” à luta contra o aquecimento global, isto é, os compromissos que cada país deve apresentar com suas respectivas propostas de redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Em seguida deve ser discutida a questão do “fundo verde”, que Alemanha e França são os maiores contribuintes, para ajudar os países mais afetados pela mudança climática – nações pobres e estados-ilha – a enfrentar os efeitos do aquecimento global.
Hendricks considerou que o fundo deveria começar a funcionar antes da cúpula de Paris para gerar “confiança nos países do Sul” para que eles se somem ao acordo geral.
Por último, os participantes discutirão o roteiro para a Cúpula do Clima, para aproveitar o tempo até o final deste ano e chegar com parte do dever de casa já feito.
O presidente alemão, Joachim Gauck, recebeu os participantes no Palácio de Bellevue e advertiu para o “alto preço” de um fracasso na Cúpula de Paris, não só do ponto de vista econômico.
Na opinião do chefe do Estado alemão, a comunidade internacional está em uma encruzilhada na qual os países devem ser “valentes” e estarem dispostos a aumentar suas contribuições financeiras. EFE
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