Alemanha elogia clima construtivo com Grécia, mas evita avaliar pré-acordo
Berlim, 12 ago (EFE).- O governo da Alemanha destacou nesta quarta-feira o “clima construtivo” das negociações entre a Grécia e as instituições envolvidas no terceiro resgate à Grécia, mas considerou prematuro avaliar seu conteúdo.
O texto do memorando, ou pré-acordo, alcançado entre a Grécia e as instituições credoras chegou ao Ministério de Finanças alemão ontem à noite, informou seu porta-voz, Jürg Weissberger, e, portanto, ainda não é possível fazer uma análise de seu conteúdo.
“O clima foi construtivo e a direção do que sabemos que se acordou é a correta”, acrescentou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
Seibert não quis conjecturar se será possível aprovar e ratificar este terceiro pacote de resgate antes do dia 20 de agosto, data em que a Grécia deve fazer o pagamento de uma parcela de sua dívida com o Banco Central Europeu.
“Isso depende, em primeiro lugar, do que decidir o parlamento grego, provavelmente esta noite (de quarta-feira) ou na madrugada de quinta-feira”, disse o porta-voz, que lembrou que somente após esse papo teoricamente o pacote será submetido ao Eurogrupo, na sexta-feira.
O porta-voz de Finanças acrescentou que essa reunião entre os ministros da zona do euro não está “formalmente” convocada, assim como também não foi solicitada a realização de uma sessão do parlamento alemão para ratificar o acordo, como é previsto.
“Estamos trabalhando a todo ritmo na avaliação do memorando”, acrescentou Weissberger que, por outro lado, também não descartou um novo crédito-ponte para que a Grécia honre seus pagamentos se não conseguir aprovar o terceiro resgate até dia 20.
A imprensa alemã publicou nos últimos dias que o governo de Angela Merkel prefere essa fórmula a uma aprovação precipitada do terceiro pacote.
Seibert negou que tenha havido um telefonem praticamente aos gritos entre Merkel e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, na noite do terça-feira, como afirmou hoje o popular tabloide “Bild”.
“A chanceler não lembra de algo assim”, disse Seibert, que detalhou ter havido dois telefonemas entre os primeiros-ministros, segunda-feira e terça-feira, “de dia”, assim como outras conversas com o presidente francês, François Hollande.
Tanto Seibert como o porta-voz de Finanças evitaram especular o que pode acontecer caso o Fundo Monetário Internacional abandone o programa de ajuda à Grécia.
“Para o governo federal (alemão), é importante que o FMI continue a bordo”, se limitou a dizer Seibert. EFE
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