Aliado de Alckmin tenta barrar criação da CPI da Merenda

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/05/2016 09h27
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Divulgação/Alesp Divulgação/ALESP O deputado Campos Machado é o líder do PTB na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp)

O Líder do PTB e aliado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), deputado Campos Machado, irá tentar anular o pedido de instalação da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O requerimento nasceu durante as ocupações, na semana passada, de escolas técnicas e estaduais por estudantes e contou com ampla adesão de parlamentares após protestos no plenário da Casa . Na última terça-feira (17), por 49 votos, deputados da base e da oposição aprovaram, em regime de urgência, o projeto que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito, acelerando sua instauração. 

Segundo o político, o requerimento da CPI foi assinado pelo presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), o que é proibido pelo regimento interno. O tucano é um dos investigados pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, por suspeita de integrar o esquema de superfaturamento e pagamento de propina em convênios da Cooperativa Agrícola Familiar para fornecimento de suco na merenda escolar no estado e em 22 prefeituras. Ele nega.

O petebista, que se diz contrário à comissão porque o caso já é investigado pela polícia e pela Promotoria, questiona ainda o fato de a Alesp querer dar prioridade à CPI da Merenda em detrimento de outras comissões protocoladas antes, como a CPI do Detran, para investigar suposto esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito. “O que é estranho é que, de uma hora para outra, todo mundo resolveu assinar a CPI, só por causa da invasão dos alunos Não pode ser assim. Até o presidente assinou, o que não pode. Talvez esse requerimento seja nulo”, pontua.

O projeto de resolução que cria a CPI deve começar a ser discutido ainda nesta quarta-feira (18), em plenário, mas a tendência é que a comissão só seja instalada na semana que vem ou em junho por causa das obstruções que Machado pretende fazer. Os parlamentares discutem a proposta por até seis horas em duas comissões para, depois, votar o projeto. Se aprovado, o presidente da Casa pede aos líderes que indiquem os parlamentares que farão parte da CPI e o integrante mais velho convoca a primeira reunião.

“CPI, em 99% dos casos, não serve para investigar nada, apenas para fins políticos. Voto a favor única e exclusivamente pela bancada do PSDB”, disse o tucano Barros Munhoz. “Votamos nesta noite sobre pressão de meia dúzia de estudantes que invadiram essa casa”, afirmou o governista, voltando a criticar o processo.

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