Aliança do Pacífico começa nova etapa de relações globais
Paula Escalada Medrano.
Punta Mita (México), 20 jun (EFE).- Os presidentes dos países que formam a Aliança do Pacífico – México, Colômbia, Chile e Peru – concordaram nesta sexta-feira em iniciar uma nova etapa de relações exteriores que será mais global e que vai buscar uma maior aproximação com outros blocos e países.
Na declaração final da cúpula realizada no balneário mexicano de Punta Mita, os líderes expressaram “consentimento pelo início de uma nova etapa” em seu “processo de vinculação global, através dos trabalhos de relacionamento externo”.
Em mensagem para a imprensa no final da cúpula, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, disse que funcionários da Aliança se reunirão com delegados dos 32 países observadores neste fim de semana para “explorar e aproveitar caminhos particulares de cooperação, de desenvolvimento e de troca”.
Além disso, afirmou que o bloco está aberto à entrada de novos membros “em um futuro próximo”, entre eles Costa Rica, Panamá e Guatemala, que já iniciaram o processo.
Já a governante chilena, Michelle Bachelet, que participa pela primeira vez de uma cúpula da Aliança do Pacífico desde que assumiu a Presidência de seu país em março, comemorou a decisão do grupo de se aproximar de outras organizações da região como o Mercosul.
Bachelet detalhou que está programada para julho uma reunião ministerial na cidade turística de Cartagena, na Colômbia, entre a Aliança e o Mercosul.
Na abertura da cúpula, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, entregou a Presidência temporária do bloco ao México, cujo líder prometeu redobrar os esforços para manter o ritmo bem-sucedido da organização.
Com Chile e Colômbia já classificados para a fase seguinte da Copa do Mundo e faltando um jogo para o México conseguir sua vaga nas oitavas, o futebol foi um dos temas principais nos comentários e brincadeiras dos chefes de Estado.
Peña Nieto, por exemplo, declarou que assim como espera que a seleção mexicana faça “muitos gols”, acredita também que haverá “muitos gols nesta Presidência pró témpore”, o que significa avançar nos quatro temas principais da Aliança: a livre circulação de bens, serviços, capital e pessoas, assim como a cooperação.
Sobre o livre fluxo de pessoas, Peña Nieto disse que haverá o fortalecimento dos mecanismos de troca de informações para aumentar a segurança migratória e incentivar a concessão de vistos para que jovens do bloco possam visitar e trabalhar, por um até ano, nos países membros.
Além disso, fomentarão o livre movimento de capitais com maior integração dos mercados financeiros, o fluxo de bens e serviços para promover a competitividade e, como quarto pilar, a cooperação em temas culturais e educativos.
De fato, vários acordos estabelecidos na cúpula seguem nesta direção, como o Programa de Férias e Trabalho, que entrará em vigor em agosto, com o compromisso de conceder 300 vistos anuais por país, para jovens com entre 18 e 30 anos, para que possam visitar as nações do bloco e, ao mesmo tempo, trabalhem para pagar sua estadia.
Além disso, na quinta-feira foi anunciado que a Bolsa Mexicana de Valores (BMV) começará no quarto trimestre de 2014 sua incorporação ao Mercado Integrado Latino-americano (Mila), formado em 2011 com a integração das bolsas de valores de Chile, Colômbia e Peru.
A incorporação do México nesse esquema transformará o Mila na maior bolsa de valores da América Latina, tanto em termos de capitalização – com US$ 1,1 trilhão – como em número de empresas cotadas, 986. EFE
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