Almagro pede convocação de sessão da OEA sobre Carta Democrática à Venezuela

  • Por EFE
  • 02/06/2016 11h30
Reprodução/Twitter Luis Almagro

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu, na última quinta-feira (1), ao Conselho Permanente do organismo que escolha uma data para sessão que decidirá se será aplicada a Carta Democrática à Venezuela, um processo que pode levar à suspensão do país no órgão.

“Hoje, mais do que nunca, peço que seja marcada a data da reunião do Conselho da OEA para abordar a Carta Democrática #Vzla #DemocraciaEnVzlaYA”, escreveu Almagro no Twitter.

O titular da OEA também elogiou que os 34 países da organização tenham abordado “a crise da Venezuela” pela primeira vez desde 2014.

“Elogiamos países por terem abordado, pela primeira vez, a #CrisisVenezuela desde 2014 no Conselho @OEA_oficial”, afirmou almagro, nesta quinta (2), em outra mensagem.

Esta é a primeira reação do secretário-geral após a aprovação, também na quarta-feira, por consenso, de uma declaração conciliadora que, em termos muito diluídos, apoia o diálogo nacional como solução à crise da Venezuela e respalda a iniciativa em andamento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e de três ex-presidentes para promovê-lo.

O estadista uruguaio se ausentou dessa sessão para deixar claro que a declaração promovida pela Argentina é distinta do processo da Carta Democrática, ativada na última terça-feira (31), um instrumento muito sensível que é invocado, pela primeira vez, contra a vontade do governo do Estado afetado.

O chefe da OEA pediu a convocação de uma sessão extraordinária, entre 10 e 20 de junho, para que os Estados se pronunciem sobre se, como ele, consideram que, na Venezuela, há “uma alteração da ordem constitucional que afeta gravemente a paz democrática” e, em consequência, votam prosseguir com o processo.

Essa convocação está em mãos do presidente rotativo do Conselho Permanente, o embaixador argentino Juan José Arcuri, que ainda não se pronunciou a respeito, mas que, durante a reunião, mostrou um evidente mal-estar com Almagro.

“Alguém disse por aí e acredito que não foi repetido o suficiente, os Estados são os donos do organismo”, afirmou Arcuri, em mensagem que reflete o sentimento de um bom número de países, que consideram que o uruguaio  está atuando por sua conta e passando por cima deles, sobretudo na pauta da crise venezuelana.

Outro gesto claro de que a “Argentina ataca Almagro”, como comentaram os diplomatas nos corredores da OEA, foi que Arcuri negou a palavra ao término da sessão ao chefe de gabinete de Almagro, Gonzalo Koncke, em uma ação que os veteranos do organismo consideram insólita.

A declaração, já aprovada, surgiu de um texto que Buenos Aires vinha combinando com mais de 20 países, durante a última semana, como via alternativa e conciliadora à Carta Democrática.

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