Aluguel de brinquedos: uma alternativa para economizar em Portugal
Aitor Álvarez García.
Lisboa, 2 jan (EFE). – Ana Catia e Andreia, sua irmã, tiveram há cerca de um ano uma ideia muito original: alugar brinquedos ao invés de vendê-los. Em maio, abriram uma empresa que levanta a bandeira do consumo responsável e o valor de compartilhar.
“Alugar para brincar” (www.alugarparabrincar.com) é o nome deste negócio. Elas oferecem brinquedos para meninos e meninas de até seis anos e a tarifa por mês equivale a 20% do valor original do produto no mercado.
Entre as opções destacam-se um fogãozinho, que custa 25 euros por mês (R$ 82); um cavalo de madeira, 19 euros (R$ 62); um escorregador de plástico, 20 (R$ 65); e um balanço com toda a estrutura, 16 (R$ 52).
A ideia inicial era alugar apenas por mês, mas a dupla teve que se adaptar e a flexibilidade se tornou uma das marcas da empresa. “Agora também oferecemos brinquedos para um fim de semana ou um semestre”, disse à Agência Efe Ana Catia.
Neste curto período de funcionamento, as proprietárias já perceberam a existência de dois tipos clientes: os que respondem a uma situação de crise econômica e alugam para economizar dinheiro e os que podem comprar o brinquedo, mas entendem esta alternativa como uma forma de ensinar aos pequenos sobre consumo responsável.
“É normal que, quando uma criança ganha um brinquedo, ela se canse dele depois de pouco tempo, e com esta iniciativa é possível evitar esse tipo de situação”, argumentou Ana Catia.
Em uma Portugal que acaba de retomar o crescimento econômico após três anos de recessão, a crise ainda é sentida no bolso do cidadão médio e iniciativas como esta pretendem se transformar em uma alternativa para as famílias que não podem ou não querem comprar constantemente brinquedos para seus filhos.
A ideia inicial era alugar exclusivamente pela internet, mas rapidamente as irmãs se deram conta de que “os clientes não entendiam bem a ideia ou pediam esclarecimentos para algumas dúvidas”, e por isso decidiram oferecer também a possibilidade de atendimento por telefone e até marcar uma reunião pessoal.
Ao contrário do que se poderia esperar, a empresa não notou aumento da demanda coincidindo com a festa natalina, algo que Ana Catia considera normal.
“É raro presentear algo que na realidade é alugado”, ponderou a criadora do negócio, que viu muitas possibilidades de crescer com o aluguel de artigos para festas, eventos, salas de espera, consultórios médicos e hotéis.
O transporte da mercadoria é gratuito. No entanto, o caráter familiar da companhia limita seu raio de atuação ao norte de Portugal, já que a empresa tem sua sede no Porto. São as próprias donas ou seus maridos que levam o artigo pessoalmente às casas dos clientes, em seu carro particular.
Sobre a preocupação com a limpeza, elas garantem que os brinquedos são sempre desinfetados antes de serem enviados a uma nova casa. EFE
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