Ambientalista defende que valor advindo da reciclagem deveria ser repassado a consumidor que compra sacolinha

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2015 17h35
SÃO PAULO, SP, 05.4.2015 – SACOLA-PLÁSTICA – A partir deste domingo (5) vai ser proibido distribuir as tradicionais sacolinhas de plástico branca nos supermercados, elas serão substituídas por sacolas ecológicas (Foto: Dário Oliveira/Código 19/Folhapress) Folhapress Sacolinhas Plásticas começaram a valer neste domingo (05)

Começou a valer neste domingo (05) a nova lei das sacolinhas plásticas, na cidade de São Paulo. A partir de agora, estabelecimentos comerciais da capital paulista não podem mais oferecer aos clientes as tradicionais sacolas brancas.

As novas embalagens serão padronizadas: os sacos verdes serão usados para descarte de lixo seco, enquanto sacos cinzas serão destinados ao lixo orgânico. A ideia é que as sacolinhas verdes sejam recolhidas pelo sistema de coleta seletiva da Prefeitura de São Paulo.

Os paulistanos podem continuar utilizando outros sacos para descartar seu lixo, mas serão multados se não usarem corretamente as novas sacolinhas.

Em entrevista a Jovem Pan, o ambientalista Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente disse que é preciso “mudar o incremento da coleta seletiva e da reciclagem” e destacou o investimento de R$ 130 milhões realizdos por parte da Prefeitura em duas centrais de triagem.

Uma vez que a reciclagem denota uma vantagem econômica, Calderoni afirmou que o valor deveria ser repassado ao consumidor. “O valor do material que passou para a triagem, deveria ser repassado ao consumidor, que está fazendo a separação em casa e ainda tem que comprar sacolinha”, disse.

Sobre a implantação nas residências , o ambientalista destacou que “a ideia é que com a implantação, nós possamos ter o recolhimento em cada bairro da sacolinha verde e ela seria levada para essas centrais. Já a sacolinha cinza, que é a parte orgânica, seria levada para aterros”, explicou.

No entanto, Calderoni esclareceu que a Prefeitura não faz um processo de coleta seletiva, mas sim de triagem. Ele declarou que não se pode ter mais uma “traição” à população: “a população separava, mas o material era levado para os aterros e não havia reciclagem”.

O ambientalista alertou, ainda, ao fato da sacolinha ser feita de materia biodegradável. “Com relação à sacolinha verde [referente a descarte de lixo seco], poderia ser de plástico, já que serão recicladas nessas centrais de triagem”.

Alguns estabelecimentos já passaram a cobrar pelas sacolinhas nesta segunda-feira (06), mas algumas pessoas ainda questionam a efetividade da nova lei, uma vez que não há coleta seletiva por parte da Prefeitura. “A Prefeitura precisa expandir o processo de coleta seletiva. A população vai pagar por uma sacolinha e está custeando uma parte do processo de reciclagem do lixo, e ela quer ver isso acontecer”, finalizou.

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