Ambiente para negócios na América Latina cai ao pior nível em cinco anos

  • Por Agencia EFE
  • 13/08/2014 12h01
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Rio de Janeiro, 13 ago (EFE).- O ambiente para os negócios na América Latina caiu no mês passado ao seu pior nível desde julho de 2009, informou nesta quarta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina caiu de 90 pontos em abril até 84 pontos em julho, segundo a pesquisa realizada trimestralmente pela FGV em associação com o Instituto de Estudos Econômicos da Universidade de Munique. O estudo é elaborado a partir da opinião de 1.146 especialistas de 121 países.

No Brasil, o índice piorou de 71 para 55 pontos, queda ocasionada pela “piora das expectativas da situação econômica em geral”.

O ICE não era tão baixo na América Latina desde julho de 2009, quando atingiu 80 pontos, em um momento em que a região sofria os efeitos da então crise econômica internacional.

Segundo a FGV, a queda registrada agora foi provocada principalmente pela avaliação ruim dos especialistas em relação à conjuntura econômica.

Já o Índice de Situação Atual (ISA), que avalia a conjuntura, caiu de 80 pontos em abril para 72 pontos em julho, e o Índice de Expectativas (IE), que reflete uma projeção para os próximos seis meses, desceu de 98 até 96 pontos no mesmo período.

De acordo com o estudo, este foi o terceiro trimestre consecutivo em que Índice de Clima Econômico da América Latina permanece em um nível considerado desfavorável.

Os analistas da FGV explicaram que a piora do ambiente para os negócios na América Latina não pode ser atribuída à situação internacional, já que o índice de clima econômico global avançou 3% entre abril e julho graças às melhores avaliações da situação nos Estados Unidos e Ásia.

“A piora do índice na América Latina foi provocado por problemas domésticos”, segundo o relatório.

No caso da Argentina, a redução do ambiente para os negócios foi provocada pela crise econômica do país e a “incerteza gerada pela renegociação da dívida com os chamados fundos abutres”. O índice na Argentina caiu de 75 para 57 pontos.

Dos onze países analisados, o ambiente de negócios só melhorou no México, em onde passou de 98 pontos em abril para 102 pontos em julho, enquanto se manteve estável na Venezuela, onde desde julho de 2013 está em 20 pontos, nível mais baixo da região.

Outro destaque negativo foi o Equador, onde ICE baixou de 100 para 73 pontos. A Colômbia, que sofreu uma queda de 137 para 131 pontos de abril para julho, é o país com o melhor clima para negócios da região.

A Bolívia, que antes era o primeira da lista, caiu de 140 para 113 pontos e agora está em segundo.

Em seguida, aparecem o Peru (112 pontos), Paraguai (105), Uruguai (104), México (102), Chile (89), Equador (73), Argentina (57), Brasil (55) e Venezuela (20). EFE

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