Ameaça de corte do gás russo para a Europa é real, diz executivo ucraniano

  • Por Agencia EFE
  • 12/04/2014 06h44

Kiev, 12 abr (EFE).- O presidente da companhia ucraniana de gás Naftogaz Ukraini, Andrei Kobolev, declarou neste sábado que existe uma ameaça real de corte no fornecimento do gás russo para a Europa através da Ucrânia, por onde passa metade do combustível exportado pela Rússia aos consumidores europeus.

“Infelizmente, se a política prevalecer sobre a economia, essa ameaça é muito grande”, disse Kobolev ao site ucraniano “ZN.UA”.

O executivo acrescentou que a Naftogaz Ukraini vê dois caminhos para evitar o corte do fornecimento de gás russo à Europa através da Ucrânia.

“Ou chegamos a um acordo com Gazprom (a estatal russa) sobre a manutenção do preço do gás ou teremos que negociar com as companhias europeias para que nos vendam o gás que compram da Rússia e comecem a pagar por nossos serviços de passagem”, explicou Kobolev.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que seu país garante o pleno cumprimento de suas obrigações com os consumidores europeus de gás, mas advertiu que isso dependerá do trânsito do combustível pelo território da Ucrânia.

“Claro, garantimos o pleno cumprimento de todas as obrigações com nossos consumidores europeus. O problema não está em nós, mas na garantia de trânsito (do gás) através da Ucrânia”, disse o chefe do Kremlin.

Putin afirmou que a Rússia não planeja cortar o fornecimento de gás para a Ucrânia, mas lembrou que, segundo os contratos vigentes, a Gazprom tem o direito, conforme foi recomendado pelo governo, de cobrar antecipadamente.

O líder russo explicou que no próximo mês de maio a Ucrânia receberá apenas o volume de gás que for pago neste mês.

De acordo com a Rússia, a Ucrânia deve à Gazprom um total de US$ 2,2 bilhões. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.