América Latina defende agricultura familiar como opção para reduzir pobreza

  • Por Agencia EFE
  • 10/06/2015 14h05
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Roma, 10 jun (EFE).- Representantes de governos da América Latina e do Caribe defenderam nesta quarta-feira, em Roma, continuar desenvolvendo a agricultura familiar como instrumento de política regional para reduzir a pobreza.

Em uma conferência realizada na sede a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o secretário de Desenvolvimento Rural da Guatemala, Adrián Zapata, destacou a necessidade de uma política de desenvolvimento rural integral.

No caso do país, Zapata destacou que essa política foi resultado de um longo processo participativo após os acordos de paz que puseram fim ao conflito interno em 1996.

“Há um vínculo direto entre a luta contra a fome e a luta contra a pobreza, a desigualdade e a exclusão social” disse Zapata, acrescentando que 52% da população da Guatemala está no campo e mais de 70% vive em condições de pobreza.

Zapata defendeu a agricultura familiar como “motor de desenvolvimento” para criar oportunidades rurais.

Já o secretário de coordenação político-institucional do Ministério da Agricultura da Argentina, Javier Rodríguez, destacou o diálogo mantido há mais de dez anos entre governos e organizações sociais sobre a agricultura familiar no Mercosul.

Esse diálogo, afirmou Rodríguez, foi mais fluído em nível regional do que dentro de cada país, onde os resultados foram diversos.

Sobre a imigração dos jovens para as cidades, o ministro argentino afirmou que o país está tentando levar a vida moderna para a zona rural, expandindo as redes de energia elétrica e a conectividade no campo.

O ministro da Agricultura de São Vicente e Granadinas, Saboto Caesar, lembrou que as famílias são responsáveis por 95% da produção agrícola no país.

Criticou que os pequenos agricultores enfrentam problemas como o limitado acesso ao capital e aos mercados, além das dificuldades de sobreviver aos prejuízos causados por fenômenos climáticos como furacões, inundações e secas.

Segundo o ministro, no Caribe, muitas multinacionais recebem suicídios e acabam provocando uma concorrência desleal.

O representante da FAO para a América Latina e o Caribe, Raúl Benítez, destacou que a agenda política da região aborda a luta contra a pobreza e ferramentas para superá-la como a agricultura familiar, aspecto no qual esses países estão “um passo a frente” em relação aos demais.

De acordo com o último relatório da ONU sobre segurança alimentar no mundo, o número de pessoas subalimentadas na América Latina e no Caribe é de 34,4 milhões, o que corresponde a 5,5% da população, menos da metade do que há 25 anos, quando a fome afetava 14,7%.

Além de cumprir o objetivo de reduzir a fome desde 1990, a América Latina foi pioneira em propor sua erradicação total em 2005, iniciativa referendada por todos os países da região. EFE

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