América Latina tem taxa mais alta do mundo de mulheres pesquisadoras
Montevidéu, 12 nov (EFE).- A América Latina tem a taxa mais alta do mundo de pesquisadoras mulheres, 45% de todos os seus cientistas, e o Brasil se destaca nos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, revelou nesta quarta-feira a diretora da Divisão de Ciências Políticas e Desenvolvimento Sustentável da Unesco, Lidia Brito.
Durante seu discurso em um curso inaugurado hoje no Centro de Formação de Cooperação Espanhola em Montevidéu, Brito destacou também o baixo número de doutorados em ciências naturais na região em comparação com os de humanidades.
“É preciso mais pesquisadores neste campo” das ciências, assinalou a representante da Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura (Unesco).
Brasil e México produzem 30% dos novos doutores da região.
Segundo o último “Relatório Ciência” da Unesco, de 2010, Brasil, Argentina, Chile e México concentram 90% dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da América Latina, e o Brasil é responsável por 60% desse volume.
“É importante reconhecer que é uma região que esta crescendo, mas que ainda tem muito esforço para fazer”, assinalou a representante da Unesco.
Países como o México e Argentina “estão se posicionando muito bem e estão destacando em nível internacional, mas o Brasil é o país que tem feita a grande parte”.
A representante da Unesco participou do curso “Ecossistemas de Inovação na América Latina: políticas, instituições e impacto”, dirigido a instituições, especialistas e funcionários de alto nível que desempenham atividades profissionais no âmbito das políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação (CTI).
Em 1965 a Unesco publicou o primeiro relatório sobre o investimento em ciência na região e estabeleceu uma série de metas e investimentos para as cinco décadas seguintes.
“Após 49 anos apenas o Brasil alcançou o objetivo. Portanto temos que continuar trabalhando”, afirmou Brito, que assinalou que o investimento em P&D na América Latina está “um pouco melhor” do que na África e Oceania, mas sua capacidade “deve ser muito maior”, e pediu que os países “continuem aumentando” a aposta.
Brito pediu que trabalhem para fomentar os investimentos dentro do setor privado e mencionou que em 2012, das 100 empresas privadas que mais investiram em P&D no mundo, só uma era da região.EFE
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