Analistas mantêm pessimismo sobre economia após medidas anunciadas por Temer
Os analistas do mercado financeiro mantiveram nesta segunda-feira suas previsões pessimistas para o Brasil em 2016, ano em que esperam uma contração econômica de 3,81% e uma inflação de 7,06%, apesar das medidas anunciadas na semana passada pelo presidente da República em exercício, Michel Temer.
Temer apresentou um projeto de emenda constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos equivalente à inflação do ano anterior, além de outras medidas para injetar recursos ao Tesouro e reduzir tanto o déficit como crescimento da dívida pública.
Seus anúncios, no entanto, aparentemente foram ignorados pelos economistas do setor financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central, segundo os dados divulgados hoje no Boletim Focus.
Na nova pesquisa, os especialistas disseram esperar para este ano uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,81%, uma ligeira melhora, já que na semana passada projetavam 3,83% de retração.
Confirmando a previsão, a economia sofrerá em 2016 a mesma contração que registrou em 2015 (3,80%), seu pior resultado nos últimos 25 anos.
Também será a primeira vez que a maior economia da América do Sul, em grave recessão, encadeará dois anos seguidos de crescimento negativo desde a década de 1930.
Os analistas, no entanto, esperam uma ligeira recuperação em 2017, para quando projetam um crescimento econômico de 0,55%, ligeiramente superior ao aumento de 0,50% que projetavam na semana passada e de 0,40% que previam há um mês.
A inflação prevista para este ano, no entanto, melhorará com relação à do ano passado, quando o país registrou um aumento dos preços de 10,67%, o maior nos últimos 13 anos.
A melhoria não impedirá que o índice fique novamente acima do objetivo estabelecido pelo governo. O Banco Central impôs para este ano uma meta para a inflação de 4,50%, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que estabelece um limite de 6,50% anual.
Quanto à inflação de 2017, os analistas também mantiveram sua previsão e projetam que os preços crescerão 5,50% no próximo ano, ou seja, abaixo do teto da meta oficial.
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