Analistas preveem economia estagnada e inflação acima de 7% em 2015

  • Por Agencia EFE
  • 09/02/2015 10h32
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Rio de Janeiro, 9 fev (EFE).- Analistas do mercado financeiro preveem que a economia brasileira se estagnará neste ano, acompanhada de uma inflação de 7,15%, superior ao teto máximo estipulado pelo governo para 2015 (6,5%), indica pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC).

Os economistas reduziram pela sétima semana consecutiva as projeções sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e avaliam que não haverá crescimento (0%), um cenário de total estagnação. Na semana passada, a estimativa era de uma expansão de 0,03%.

A revisão confirmou o pessimismo do mercado, que no início do ano esperava um avanço de 0,5% do PIB em 2015.

Se confirmada a previsão, o crescimento da maior economia da América Latina neste ano será o menor desde 2009, quando o país registrou uma retração de 0,33% e ficará muito abaixo da expansão de 0,8% esperada pelo Palácio do Planalto.

A economia avançou 0,15% no ano passado, segundo estimativas do próprio governo, o que representa uma forte desaceleração. Depois de registrar expansão de só 1% em 2012, o país conseguiu se recuperar em 2013, crescendo 2,3%.

Quanto à projeção para 2016, os economistas mantiveram a expectativa de expansão de 1,5%, sem variação em relação à semana anterior, mas abaixo dos 1,8% projetado no início do ano.

As previsões fazem parte do Boletim Focus, uma pesquisa que o Banco Central realiza semanalmente entre cerca de cem economistas de bancos e entidades financeiras.

Os analistas também elevaram as perspectivas de crescimento da inflação de 7,01% para 7,15% em uma semana. Foi a sexta semana consecutiva em que os economistas mostraram pessimismo quanto ao avanço do aumento dos preços no país.

Confirmada a projeção, a inflação em 2015 ficará acima do teto máximo estipulado pelo governo. A meta é de 4,5% anual, com margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que a inflação chegue até 6,5%.

O país encerrou 2014 com uma inflação de 6,41%, acima do registrado em 2013 (5,91%), mas abaixo do limite máximo fixado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela presidente Dilma Rousseff.

Para combater o aumento dos preços, o Banco Central iniciou no ano passado um processo gradual de elevação das taxas de juros, que, no entanto, já atingiram seu maior nível nos últimos quatro anos (12,25%).

Apesar disso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação em janeiro deste ano foi de 1,24%, a maior para um mês desde fevereiro de 2003. O índice acumulado em 12 meses chegou a 7,14%.

Os analistas também não esperam que a inflação ceda em 2016 e projetam uma taxa de 5,6%. EFE

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