Analistas reduzem para 0,79% projeção de crescimento da economia em 2014
Rio de Janeiro, 18 ago (EFE).- Os analistas do mercado financeiro reduziram pela décima segunda semana consecutiva sua projeção para o crescimento do Brasil em 2014, de 0,81% para 0,79%, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC).
Há quatro semanas os economistas dos bancos privados esperavam um crescimento de 0,97% neste ano.
Apesar do pessimismo, os analistas mantiveram a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 em 1,20%. Há quatro semanas a projeção era de expansão de 1,50%.
As novas previsões fazem parte do boletim Focus, pesquisa que o BC realiza semanalmente com cerca de cem economistas do mercado financeiro nacional.
O Banco Central divulgou na sexta-feira um indicador que é considerado uma prévia do PIB e segundo o qual a economia brasileira de retraiu 1,20% no segundo trimestre do ano em relação ao primeiro.
Outros indicadores já tinham mostrado uma queda da produção nos últimos meses, principalmente da indústria e do comércio, devido aos vários feriados decretados durante a Copa do Mundo organizada pelo país em junho e julho.
Antes da Copa, a economia brasileira já vinha enfrentando dificuldades pelo aumento da inflação, o que obrigou o BC a elevar a taxa básica de juros até 11%, maior nível em três anos e meio.
O aumento dos juros reduziu os investimentos e diminuiu a confiança dos investidores ao menor nível em vários anos.
Segundo a nova pesquisa do Banco Central, os analistas preveem que a produção industrial do país sofrerá neste ano uma retração de 1,78%, frente à queda de 1,15% esperada há quatro semanas.
O governo espera um crescimento de 2%, enquanto o BC prevê uma alta de 1,6%.
O Brasil registrou um crescimento de 7,5% em 2010, de 2,7% em 2011, de 1% em 2012 e de 2,3% em 2013.
Em relação à inflação, os economistas reduziram sua previsão para 2014 de 6,26% para 6,25%.
Esta foi a quinta semana consecutiva em que os analistas revisaram para baixo a projeção para a inflação. Há um mês, o cálculo era de 6,44%, muito próximo do teto da meta tolerada pelo governo.
A meta do governo para a inflação no país é de 4,50%, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,50%.
O país fechou 2013 com uma inflação de 5,91% e o aumento dos preços no início deste ano chegou a pôr em dúvida o cumprimento da meta, mas a inflação finalmente começou a ceder, principalmente pela alta dos juros.
Em relação à inflação para 2015, os economistas mantiveram sua projeção estável, em 6,25%. EFE
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