Anistia pede rapidez na investigação de jovem morto durante ação policial no Rio

  • Por Agencia Brasil
  • 08/09/2015 22h01
RIO DE JANEIRO, RJ, 08.09.2015: VIOLÊNCIA-RIO - A Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro faz operação para cumprir mandados de prisão na favela Manguinhos, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (8). Houve confronto com a UPP e duas pessoas morreram, sendo um menor e uma mulher. Moradores fizeram protesto e policiais usaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. (Foto: Paulo Campos/Folhapress) Paulo Campos/Folhapress Amigos socorrem jovem ferido durante confronto com a polícia durante operação na faleva de Manguinhos

A organização Anistia Internacional divulgou nota pedindo que seja feita uma investigação urgente da morte do adolescente Cristian Soares Andrade, de 13 anos, baleado na manhã desta terça-feira (8), na Favela de Manguinhos, zona norte do Rio.

O jovem foi atingido durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais civis e militares, que realizavam uma operação para tentar prender quatro pessoas suspeitas de terem executado um policial militar em abril, no bairro Ilha do Governador.

O diretor executivo da Anistia Internacional Brasil, Atila Roque, disse, em nota, ser contra a violência que marca as ações das polícias no país. “Mais uma vez uma criança é morta, resultado dessa lógica de guerra que marca a política de segurança pública no Brasil e vitima, majoritariamente, jovens negros das periferias das cidades”.

A entidade, ligada à defesa dos direitos humanos em todo o planeta, pediu que a investigação ocorra sem lentidão. “A Anistia Internacional pede que o caso seja investigado de forma célere e os responsáveis sejam levados à Justiça. A organização condena o uso da força e de armas de fogo de forma desnecessária e irresponsável por parte das polícias, que continuam resultando em mortes, e defende a incorporação dos princípios básicos para uso da força e arma de fogo das Nações Unidas na legislação nacional e estadual”.

Mais cedo, durante entrevista coletiva, o titular da Divisão de Homicídios, delegado Rivaldo Barbosa, garantiu que a investigação seria isenta e não corporativa. Ele mandou identificar e apreender todas as armas dos policiais civis e militares ligados diretamente com a ação. Ele disse que, no momento, não há como afirmar se o tiro que matou Cristian partiu de uma arma da polícia ou do tráfico.

Por causa do tiroteio e do protesto de moradores da comunidade após a morte de Cristian, que chegaram a interromper o tráfego na Avenida Leopoldo Bulhões, na zona norte da cidade, seis escolas, três espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) e uma creche tiveram que suspender as atividades, deixando 2.989 alunos sem aulas.

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil // Edição: Aécio Amado

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