Ano de 2014 acabou para a Economia, diz ex-diretor do BC

Ata do Copom esclarece que o juro básico continua em 11% e ex- diretor do Banco Central avisa o último ano do Governo Dilma acabou mais cedo. Em entrevista a Denise Campos de Toledo, Luis Eduardo Assis aponta mais dois problemas formadores da herança que o próximo Governo vai receber.

“O ano de 2014 do ponto de vista econômico já acabou. Não há nada que possa ser feito neste ano”, avalia Assis. “Em segundo lugar, existem problemas que já estão encomendados para 2015, principalmente o represamento de tarifas públicas importantes, em especial a tarifa dos combustíveis; e também a questão cambial, porque claramente o câmbio está fora do lugar”, completa.

Outro economista diz que a autoridade monetária jogou a toalha e colocou no colo do próximo Governo a tarefa de trazer a inflação para a meta de 4,5%. Para Carlos Tadeu de Freitas, ex-diretor diretor do Banco Central, o juro só vai baixar agora se o Governo Dilma deixar a economia pior do que já está.

“A partir daí, os juros para caírem, ou o dólar cai muito, ou a economia fica superfraca a ponto de o Banco Central acreditar que a economia está tão fraca, que já começa a afetar a expectativa da inflação para baixo. Mas isso não está acontecendo ainda”, avalia.

Freitas salienta ainda que o Banco Central não deve contar com o dólar barato por muito tempo porque há mudanças inevitáveis no horizonte. Segundo o ex-diretor da autoridade monetária, a economia americana se recupera e o juro deve subir por lám tirando a vantagem competitiva da Selic.