ANP faz campanha para que Unasul emita “declaração de apoio” à Palestina
Bogotá, 9 ago (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Riad al-Maliki, anunciou neste sábado que uma delegação palestina tentará comparecer à cúpula da Unasul que será realizada neste mês em Montevidéu para solicitar ao organismo uma declaração de apoio a sua causa e de condenação contra os ataques israelenses em Gaza.
Maliki, que viajou para Bogotá para participar da posse de Juan Manuel Santos como presidente, concedeu hoje uma entrevista coletiva na sede diplomática palestina na Colômbia, na qual anunciou várias de suas medidas para contar com a colaboração da América Latina.
“Vamos ver se podemos estar presentes na Unasul e apresentar o caso da Palestina para tirar uma declaração em apoio a nossa causa”, disse o chanceler palestino em referência à reunião do bloco prevista para 22 de agosto, na qual o ex-presidente colombiano Ernesto Samper será ratificado como secretário-geral do organismo.
O funcionário explicou que espera consolidar o apoio dos países da região após todos os Estados latino-americanos presentes no Conselho de Direitos Humanos da ONU terem votado a favor de uma resolução contra Israel que incluía a criação de uma comissão de investigação.
“Todos os latino-americanos votaram a favor e todos falaram em favor de nossa organização e isso para nós é importante. Sabemos que contamos com o apoio em massa por parte dos países da América do Sul”, afirmou Maliki.
O dirigente anunciou que na quarta-feira se reunirá em Caracas (Venezuela) com os ministros das Relações Exteriores dos onze países que compõem a Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba) para conseguir angariar apoio para a Palestina.
Além de declarações formais, Maliki espera obter ajuda humanitária da América Latina, como já ocorreu por parte da Venezuela.
“Sabemos que outros países doaram dinheiro às Nações Unidas para poder ajudar as escolas e refúgios palestinos, mas nós não vamos pedir a cada país de forma direta que reaja, depende da iniciativa própria”, explicou.
Desde o começo da operação israelense, em 8 de julho, o número de mortos palestinos em Gaza chegou a 1.905 e de feridos a 10 mil, informou o Ministério de Saúde de Gaza.
Do lado israelense, 67 pessoas morreram, 64 deles soldados, e quinhentas ficaram feridas.
Sobre as relações com a Colômbia, que não reconhece a Palestina como um Estado, Maliki revelou que, após se reunir com Santos na quarta-feira passada, “se dão as condições propicias” para que possam instalar uma embaixada no país.
Está previsto que Maliki deixe a Colômbia no final do dia para ir ao Panamá e depois para a Venezuela, onde se reunirá com o presidente Nicolás Maduro antes do encontro da Alba. EFE
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