Antigas instalações do DOI-CODI em São Paulo são tombadas

  • Por Agencia EFE
  • 29/01/2014 00h37

São Paulo, 28 jan (EFE).- A sede do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo, um local emblemático durante a ditadura militar (1964-1984), onde a presidente Dilma Rousseff ficou detida e também onde morreu o jornalista Vladimir Herzog durante os anos de chumbo, foi declarada como patrimônio histórico, informaram nesta terça-feira fontes oficiais.

A Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo afirmou em comunicado que em sua primeira reunião do ano, realizada ontem, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) atendeu por unanimidade ao pedido da sociedade civil.

O prédio, situado na Rua Tutoia, no bairro do Paraíso na capital paulista, “será preservado devido ao seu valor simbólico para a história recente do país”.

O DOI-Codi, espaço de repressão durante a ditadura e que depois se transformou em um distrito da Polícia Civil, recebeu a aprovação da Unidade de Preservação do Patrimônio histórico (UPPH).

O órgão considerou que o edifício tem uma característica “estética particular” e possui “uma difícil simbologia política” e por isso seu parecer foi fundamentado mais nas “memórias de um momento longo e sombrio de nossa história recente” do que no próprio edifício.

O pedido formal para declarar o prédio como patrimônio histórico foi apresentado em junho de 2012 pelo ex-preso político Ivan Seixas, presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe).

Depois se juntaram à iniciativa o Grupo Tortura Nunca Mais, o Fórum dos ex-presos políticos do Estado de São Paulo, o Núcleo de Preservação da Memória Política e a Comissão de Familiares de Presos Políticos Mortos e Desaparecidos.

Herzog morreu no DOI-Codi em 1975, vítima de tortura, e sua morte começou a mudar o rumo da vida política do país que lutava por um retorno à democracia. EFE

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