Antonis Samaras: de opositor a firme defensor do programa de resgate grego

  • Por Agencia EFE
  • 22/01/2015 18h51

Atenas, 22 jan (EFE).- O primeiro-ministro da Grécia, o conservador Antonis Samaras, mudou ao chegar no poder em 2012 sua ferrenha oposição ao primeiro resgate financeiro do país para uma firme defesa do segundo e agora tenta a reeleição com a promessa de acabar com o programa de ajuste.

Quando o primeiro-ministro socialista Giorgos Papandreou pediu ao parlamento grego em maio de 2010 que aprovasse o primeiro programa de resgate para a Grécia, Samaras se transformou em um dos protagonistas da chamada “Frente de rejeição”, formada pelos conservadores, o Partido Comunista KKE e a coalizão esquerdista Syriza.

Nas eleições de maio e junho de 2012, Samaras baseou sua campanha eleitoral na promessa de renegociar o segundo plano de resgate do país, apesar de alguns meses antes ter votado a seu favor no parlamento.

Com a formação do atual governo de coalizão com o social-democrata Pasok e o partido de esquerda moderada Dimar, Samaras deu um giro radical em sua política econômica.

O primeiro-ministro começou a aplicar estritamente as políticas de austeridade exigidas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), que tinha criticado durante os anos anteriores.

No entanto, os drásticos cortes nos gastos públicos, a redução de salários e previdências e as demissões de milhares de funcionários não conseguiram alcançar os objetivos econômicos de seu governo, o que impossibilitou que os credores terminassem a quinta avaliação do resgate.

Para ganhar as eleições de 25 de janeiro, o atual primeiro-ministro baseou sua estratégia eleitoral em atacar a Syriza, que é acusada de querer levar o país à quebra e sair da zona do euro e de manter uma atitude frouxa com relação à “imigração ilegal” e ao “terrorismo”.

Antonis Samaras nasceu em Atenas em 1951 e, após ingressar no prestigiado Athens College, fundado por seu bisavô, estudou economia nos Estados Unidos, onde, além disso, realizou um mestrado na Universidade de Harvard.

O primeiro-ministro começou sua carreira política em 1977 como deputado do partido Nova Democracia pela região de Mesenia, no Peloponeso e sempre pertenceu à ala mais conservadora da legenda

Em 1992, quando era ministro das Relações Exteriores no governo de Konstantinos Mitsotakis, ele se opôs com fervor à proposta da União Europeia (UE) sobre o nome oficial da Antiga República Iugoslava da Macedônia, que havia se tornado independente da Iugoslávia e à qual a Grécia não reconhecia o direito de se chamar Macedônia.

Com o apoio tácito do líder da oposição social-democrata, Andreas Papandreou, Samaras conseguiu obrigar Mitsotakis a rejeitar o plano europeu.

Por este fato, Samaras teve que renunciar e deixar o Nova Democracia, e depois formou seu próprio partido (Primavera Política), que após uma breve presença no parlamento de 1993 a 1996, desapareceu do panorama político grego.

Começou então para Samaras uma longa jornada que durou até 2004, quando ele se filiou novamente ao Nova Democracia e eleito deputado europeu.

De janeiro a outubro de 2009, Samaras ocupou a pasta de ministro da Cultura no governo de Kostas Karamanlis até que a derrota de seu partido nas eleições desse ano provocou a saída de Karamanlis e deixou Samaras de porta aberta para liderar o Nova Democracia. EFE

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