Ao lado de Obama e Peña Nieto, Dilma pede mais investimentos em tecnologia

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 22h13

Eduardo Davis.

Cidade do Panamá, 10 abr (EFE).- Ao lado dos líderes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do México, Enrique Peña Nieto, a presidente Dilma Rousseff encerrou nesta sexta-feira um fórum empresarial prévio à Cúpula das Américas com um claro e firme pedido para que se aumente os investimentos em tecnologia.

Os governantes das três maiores economias do continente participaram de um painel, completado pelo presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, como anfitrião da reunião, e que pôs fim a dois dias de debates que reuniram centenas de empresários americanos.

O painel foi moderado pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, que pediu a cada um deles uma receita para melhorar o desempenho econômico tanto dos países como do próprio continente.

Com algumas variações, a resposta foi unânime e tanto Dilma como Obama, Peña Nieto e Varela apontaram a educação como fundamental para o desenvolvimento e apontaram que as novas tecnologias são agora o único caminho para uma melhor formação.

“Nossa gente deve ser a melhor e mais capacitada do mundo” e deve ter garantida a oportunidade de “aprender durante toda a vida”, pois assim se transformarão tanto sociedade como a própria economia, afirmou Obama.

Nesse marco, o presidente americano apontou que “toda a indústria” está em processo de transformação e que isso vai além de empresas de ponta na área tecnológica, entre as quais citou o Facebook, cujo presidente, Mark Zuckerberg, participou do evento e perguntou aos líderes como fortalecer as iniciativas de inclusão digital.

Em resposta, Dilma e Obama destacaram a necessidade de uma maior associação entre os setores públicos e privados.

O presidente dos Estados Unidos lembrou que internet “não teria existido” sem apoio governamental, mas esclareceu que todo seu desenvolvimento se deu depois no âmbito da iniciativa privada.

Obama admitiu que a tecnologia e seu acelerado e constante avanço podem chegar a ser um fator “perturbador”, e assinalou que todos seus efeitos se expandem na economia e provocam mudanças às quais os trabalhadores “terão de continuar se adaptando”.

Dilma concordou e ressaltou que, em um país com as dimensões do Brasil, “um dos maiores desafios” é a construção da infraestrutura necessária para levar banda larga a todo o território.

“Conectividade é inclusão digital, que é inclusão social e econômica também”, declarou Dilma.

Segundo a governante, para tornar realidade o “desafio da inclusão” na sociedade da informação, “mais do que nunca serão necessários os projetos de investimentos públicos e privados”, pois nenhum Estado estará em condições de fazer isso sozinho.

Peña Nieto se pronunciou no mesmo sentido e considerou que “a conectividade à internet é a alfabetização de nossa época”, pois a exigência tecnológica adquiriu tais dimensões que quem não acessar à “sociedade da informação” sofrerá a mesma exclusão que aquele que não sabe ler e escrever.

“Investir em ciência e tecnologia e no desenvolvimento das novas comunicações é fortalecer a competitividade de nossas sociedades e nossas economias”, sustentou o líder mexicano.

Por sua vez, o líder panamenho citou o lema proposto por seu país para a Cúpula das Américas, “Prosperidade com igualdade”, e disse que uma sociedade equitativa é aquela que oferece as mesmas oportunidades a todos.

“E para isso é necessário educar a todos da mesma forma e com as mesmas ferramentas”, declarou Varela.

O fórum empresarial, patrocinado pelo BID, reuniu durante dois dias cerca de 700 líderes do setor privado de 20 países, com o objetivo de debater alternativas para melhorar os níveis de desenvolvimento do continente.

No marco desta reunião, os empresários formularam um documento no qual puseram ênfase na necessidade de apostar mais nas iniciativas público-privadas para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e energia de caráter regional.

A novidade neste fórum, que realizou sua segunda edição no Panamá, foi a participação do ministro do Comércio Exterior de Cuba, Rodrigo Malmierca, que promoveu seu país como um destino seguro para o empresariado estrangeiro.

Do fórum participaram quase todos os líderes que participam da Cúpula das Américas, mas o único que manifestou um absoluto compromisso com as propostas do setor privado foi o colombiano Juan Manuel Santos, que se disse disposto a promovê-las entre “todos os presidentes do continente”. EFE

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